Reajuste salarial e PLR dos bancários injetam mais de R$ 6,1 bi na economia

(Foto: Caetano Ribas) São Paulo – Nós próximos dias, bancários de todo o país começam a receber os direitos conquistados na mesa de negociação da campanha salarial deste ano, após […]

(Foto: Caetano Ribas)

São Paulo – Nós próximos dias, bancários de todo o país começam a receber os direitos conquistados na mesa de negociação da campanha salarial deste ano, após 15 dias de greve. A projeção feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é de que a campanha nacional dos bancários em 2010 irá injetar em um ano, só de reajuste salarial e de PLR, um montante de R$ 6,1 bilhões na economia brasileira.

Na mais forte mobilização dos últimos 20 anos a categoria conseguiu reajuste 7,5%. Esse acréscimo aplicado sobre o salário médio da categoria e multiplicado pelos 470 mil bancários do país significará um incremento anual na economia brasileira de R$ 2,569 bilhões. Além disso, outros R$ 3,578 bilhões serão injetados até março de 2011 a titulo de participação nos lucros ou resultados (PLR), dos quais R$ 1,329 bilhão já estarão em circulação entre o final deste mês e início de novembro, quando os bancários receberão a antecipação de parte da PLR.

Confira o acordo dos bancários válido para todo o país:

 ·  Reajuste salarial – 7,5% até R$ 5.250 (aumento real de 3,08%). Para bancários do Banco do Brasil e da Caixa Federal o reajuste de 7,5% será para todos os trabalhadores e sem teto.

·  Reajuste para salários acima de R$ 5.250 – R$ 393,75 fixos ou pelo menos 4,29%, o que for mais vantajoso.

·  Piso salarial – reajuste de 16,33%, passando a valer R$ 1.250 (representa aumento real 11,54%).

·  PLR – A regra básica será de 90% do salário mais R$ 1.100,80, com teto de R$ 7.181. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, esses valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 15.798.

· Adicional à PLR – Além da regra básica, os bancários receberão um valor adicional à PLR de R$ 2.400, o que significa aumento de 14,28%, em relação ao pago no ano passado.

“A cada campanha os bancários ampliam suas conquistas, graças aàorganização e participação dos trabalhadores. E em um ano em que os resultados dos bancos cresceram extraordinariamente e que o PIB está em elevação, os avanços para os trabalhadores não poderiam seguir caminho diferente”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. “Emprego e renda estão diretamente ligados a crescimento econômico. Um puxa o outro, num ciclo positivo”, disse ao ressaltar que os bancários são um exemplo dessa fórmula: economia crescente, bom desempenho dos bancos, greves fortes, sindicatos atuantes que não aceitam retrocessos e que apostam na mesa de negociação.

Trajetória

A categoria bancária foi a primeira a garantir cláusula em convenção coletiva nacional, em 1995, que estabelece o pagamento da PLR. À época, os funcionários de bancos privados  receberam 72% do salário mais o valor fixo de R$ 200. Nos bancos públicos, como o BB e a Caixa, a PLR passou a ser paga de forma linear a partir da campanha de 2003, quando as direções dessas empresas passaram a negociar de fato com os sindicatos.

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