Reajuste de 10% é exagero, diz presidente da Fiesp

Para Steinbruch, aumentos salariais podem ser 'bomba de efeito retardado' na economia

São Paulo – Ao mesmo tempo em que afirmou estar o Brasil perto de se tornar uma potência, o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, disse nesta segunda-feira (27) que os recentes reajustes salariais são fator de preocupação para a economia. “Estamos hoje aumentando salário em mais de 10%, o que é um certo exagero, considerando o que acontece no resto do mundo”, declarou o empresário, acrescentando que a inflação anualizada está em torno de 4,5%. “Vai ser uma bomba de efeito retardado no curtíssimo prazo”, disse Steinbruch, durante seminário sobre o papel da indústria no crescimento do país. O evento foi aberto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a quem o empresário chamou de “desenvolvimentista”.

O presidente da Fiesp destacou a inserção de consumidores na economia (50 milhões no atual governo) e a importância do Brasil no comércio internacional. “Depois da China, o Brasil é o melhor mercado interno do mundo. Um problema, segundo ele, é o chamado Custo Brasil, que “provoca um desconforto muito grande para os nossos investimentos”.

Recentemente, os metalúrgicos fecharam acordo com as montadoras de veículos com reajuste salarial acima de 10%, incluindo aumento real.