Dieese

Preço da cesta básica em abril aumenta em 17 de 18 capitais

Principais altas foram registradas em itens como tomate, pão francês, carne bovina, óleo de soja e leite. Instituto calculou salário mínimo necessário em R$ 3.251,61

Venilton Küchler/ SESA

O preço do tomate aumentou em 17 cidades, com altas de 2,05% (Aracaju) a 45,98% (Campo Grande)

São Paulo – Com alta de itens como tomate, pão francês, carne bovina, óleo de soja e leite, o preço da cesta básica aumentou no mês passado em 17 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. As maiores elevações foram apuradas em Campo Grande (6,05%), Rio de Janeiro (4,51%), Natal (3,98%) e João Pessoa (3,98%). Só houve queda (-1,73%) em Manaus.

O maior valor em abril foi apurado em São Paulo, onde o preço subiu 2,03%: R$ 387,05. Em seguida, ficaram Vitória (R$ 376,46) e Rio de Janeiro (R$ 374,85). Segundo o instituto, os menores valores foram os de Aracaju (R$ 281,61), João Pessoa (R$ 299,90) e Natal (R$ 300,73).

Com base na cesta mais cara, o Dieese calculou em R$ 3.251,61 o salário mínimo necessário para as despesas básicas (alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência) de um trabalhador e sua família. Esse valor corresponde a 4,13 vezes o mínimo oficial (R$ 788). A proporção aumenta em relação a março (4,04 vezes) e diminuiu na comparação com abril de 2014 (4,17).

Nos primeiros quatro meses do ano, os preços da cesta subiram em todas as capitais, variando de 3,3% (Manaus) a 17,41% (Salvador). Em 12 meses, também houve altas nas 18 cidades pesquisadas, com destaque para Aracaju (18,3%), Salvador (14,6%), Goiânia (11,74%) e João Pessoa (11,01%). As menores elevações foram registradas em Belo Horizonte (1,71%) e Porto Alegre (2,67%).

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 94 horas e 28 minutos, ante 91 horas e 59 minutos em março. Em abril do ano passado, a jornada foi de 95 horas e 36 minutos.

Produtos

O preço do tomate aumentou em 17 cidades, com altas de 2,05% (Aracaju) a 45,98% (Campo Grande). Só não houve alta em Manaus (-4,67%). “A crise hídrica do início do ano prejudicou a colheita do tomate. Além disso, há possibilidade de não irrigação suficiente das lavouras de inverno, por conta do volume dos reservatórios”, diz o Dieese.

Já o pão francês aumentou em 16 capitais, com estabilidade no Rio de Janeiro e retração (-0,82%) em Goiânia. As elevações foram de 0,28% (Natal) a 8,75% (Aracaju). “A desvalorização do real diante do dólar fez com que a importação de trigo ficasse mais cara, elevando o preço da farinha, insumo do pão francês”, informa o instituto. “Também o aumento da energia elétrica teve impacto nos custos de produção do bem.”

O preço da carne bovina também subiu em 16 cidades – as exceções foram as capitais pesquisadas na região Norte, Belém (-1,35%) e Manaus (-0,2%). As altas foram de 0,05% (Brasília) a 4,64% (Natal). “Exportação elevada e baixa oferta de animais para abate, devido aos altos custos de reposição, afetaram a oferta da carne no varejo, o que explica a elevação do preço ao consumidor.”