Correção de rota

Petrobras muda política de dividendos, e FUP comemora: ‘Estancando a sangria’

Petroleiros destacam que “aos poucos vêm sendo desmontadas as armadilhas” que transferiram bilhões aos acionistas, em detrimento dos investimentos necessários para o fortalecimento da estatal

André Valentim/Agência Petrobras
André Valentim/Agência Petrobras
No ano passado, Petrobras distribuiu mais de R$ 200 bilhões em dividendos

São Paulo – A Petrobras divulgou na última sexta-feira (28) sua nova política de distribuição de dividendos, parcela dos lucros distribuída aos acionistas. O percentual de remuneração caiu de 60% para 45% do fluxo de caixa livre. Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a mudança “vai na direção da reconstrução e fortalecimento da maior empresa do país”. Além disso, os petroleiros também destacam que a mudança era uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Aos poucos vêm sendo desmontadas as armadilhas que aprisionaram e desnutriram a Petrobras em favor da transferência de riqueza para acionistas minoritários e em detrimento dos investimentos da empresa”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

As circunstâncias em que a estatal distribuirá dividendos também mudaram. O Conselho de Administração estabeleceu a remuneração mínima de US$ 4 bilhões por ano para exercícios em que o preço médio do barril de petróleo tipo Brent for superior a US$ 40 por barril.

A distribuição de 45% do fluxo de caixa livre só será aplicada quando a dívida bruta da Petrobras for igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no Plano Estratégico 2024–2028 e quando a companhia obtiver lucro em um trimestre. Os dividendos serão, portanto, pagos a cada três meses. A nova política já será aplicada ao resultado do segundo trimestre de 2023, que será divulgado na próxima quinta-feira (3).

Política de preços e investimentos

De acordo com a FUP, a mudança na política de dividendos se soma ao novo mecanismo de comercialização de combustíveis implementado a partir de maio pela nova gestão da estatal, que pôs fim à equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pelo governo Temer e mantida por Bolsonaro, e passou a adotar parcela de custos em real na composição dos preços dos derivados.

“Está sendo estancada a sangria da empresa que,em 2022, distribuiu o recorde de R$ 215,8 bilhões em remuneração aos acionistas, turbinada pelos fortes lucros decorrentes da alta dos preços, reajustados pelo PPI. O que esperamos agora, para breve, são mudanças também no plano estratégico da Petrobras, projetando a empresa para o futuro, com investimentos de longo prazo”, ressaltou Bacelar.

Com informações da Agência Brasil.