Petrobras diz que crítica tucana desconsidera crescimento do país

Tucanos acusaram o governo de gerir a empresa de forma partidarizada e aparelhada pelo PT

São Paulo – A Petrobras respondeu hoje (13) em nota aos ataques feitos à empresa por lideranças do PSDB ontem (12), na Câmara dos Deputados, durante o ato político do partido “Recuperar a Petrobras é o nosso desafio – A favor do Brasil, a favor da Petrobras”. Os tucanos acusaram o governo de gerir a Petrobras de maneira partidarizada e aparelhada pelo PT. Segundo a avaliação dos tucanos, respaldadas por números apresentados, o aumento do investimento no refino de petróleo dá prejuízo. “A Petrobras enterra em refino um terço de seu orçamento. Em 2012, foram R$ 32 bilhões. Mas a contribuição da área de refino nos resultados da empresa tem sido negativa”, diz o partido.  

Para a Petrobras, a equação tucana não leva em consideração a economia do país como um todo e o crescimento da economia verificado nos últimos 12 anos. “Entre os anos de 2000 e 2012 o consumo de gasolina no país cresceu 68%, o de diesel, 46%, e o de querosene de aviação (QAV), 58%, reflexo evidente do crescimento da economia, da melhora das condições de emprego e renda da população e da ascensão das classes sociais”, afirma a nota. “Diante de um mercado que cresce muito mais do que a média mundial fica clara a necessidade de ampliação do parque de refino, retomando os investimentos em novas unidades, o que não era feito desde 1980, 33 anos atrás”, avalia a Petrobras.

Segundo a Petrobras, a eficiência de sua gestão nos últimos dez anos se revela no fato de que “o Brasil atingiu a autossuficiência em petróleo em 2006 e a produção de petróleo no país equiparou-se ao volume de derivados consumidos à época”.

A empresa reconhece, porém, que houve um descompasso entre a demanda por derivados e a produção no país. “Entre 2007 e 2012, no entanto, a demanda por derivados cresceu 4,9% no Brasil, contra um crescimento de 3,4% na produção de petróleo”, esclarece a nota. A companhia prevê que “a partir de 2014, a produção de petróleo no Brasil voltará a atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos, contando a produção da Petrobras + parceiros + terceiros”.

A nota explica ainda que o Brasil “nunca foi autossuficiente em derivados”, “sempre importou e continuará importando derivados até que entrem em operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão 2012-16 da Petrobras”.  De acordo com as previsões da companhia, sua curva de produção apresentará um crescimento contínuo, até atingir 2,5 milhões de barris por dia em 2016 e 4,2 milhões de barris por dia em 2020. “A produção de petróleo passará, então, a superar a produção de derivados, o que dará ao país, também, autossuficiência em derivados”. Em janeiro de 2013, a produção foi de 1,965 milhão de barris/dia.

Confiança e mercado

De acordo com os tucanos, a empresa perdeu em dois anos 47,7% do seu valor de mercado, e é vista, atualmente, com desconfiança por esse mesmo mercado. A companhia reconhece a queda, mas diz que o valor de mercado da Petrobras era de R$ 398 bilhões e, no último dia 11 (segunda-feira), de R$ 234 bilhões. A perda, portanto, foi de 41,2%, segundo os cálculos oficiais.

No seminário de Brasília, os tucanos disseram que a Petrobras, hoje, “é a imagem da desconfiança e de prejuízos”. “Não há desconfiança”, responde a companhia. “A Petrobras tem grande facilidade de acesso ao mercado de dívida, a baixos custos, por meio de diversas fontes. Portanto, são justamente estes investimentos elevados que irão gerar retornos para nossos acionistas. A Petrobras é hoje reconhecida pelo mercado como a empresa que dispõe do melhor portfólio de ativos de petróleo e gás dentre todas as companhias de capital aberto no mundo.”