São Paulo – Motoristas de aplicativos fazem protestos nesta segunda-feira (15), em algumas regiões do país, para reivindicar melhorias na remuneração. Foram registrados atrasos e cancelamentos de corridas em pelo menos seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Piauí, Ceará e Mato Grosso do Sul.

“As empresas de aplicativos estão lucrando enormemente com o seu trabalho, mas muitas vezes não oferecem remunerações justas ou proteções adequadas. Além disso, há muitas questões que precisam ser abordadas, como a redução das taxas de comissão e a transparência nas políticas das empresas”, afirma, em rede social, a Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp).

Desconto na corrida

No Rio, houve carreata do Aeroporto Santos Dumont até o escritório da Uber, na região central. “As empresas têm descontado até 60% das corridas. Já não aguentamos mais”, declarou ao portal g1 o presidente do Sindmobi (entidade que representa os profissionais na região metropolitana), Luiz Carlos Correia de Albuquerque.

O trabalho em aplicativos é objeto de análise por parte do governo. O Ministério do Trabalho e Emprego pretende propor uma regulamentação para a atividade. Na Justiça do Trabalho, há decisões divergentes sobre reconhecimento do vínculo de emprego.

Também ao g1, a Uber afirmou que a taxa de serviço cobrada dos motoristas deixou de ter percentual fixo desde 2018. A empresa afirma que o motorista fica com a maior parte do que é pago pelo usuário. “Como a taxa é variável, existe uma oscilação natural para cima e para baixo porque em algumas viagens o percentual pode ser maior enquanto, em outras, pode ser menor.” Já a 99 disse que, a partir de consultas mensais com os profissionais, “adotou soluções permanentes para incrementar os ganhos no app”.