São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que seu sucessor governará um país mais robusto economicamente. Ele comparou o ritmo de crescimento a um carro de Fórmula 1 acelerado a “150, 160 por hora na curva”. As declarações foram feitas nesta segunda-feira (25) durante o lançamento do navio porta-contêiner Log-In Jatobá, construído pelo Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. A madrinha foi a primeira-dama, Marisa Letícia Lula da Silva.

“A perspectiva que temos é de crescimento. Quem pegar o Brasil a partir do dia 1º de janeiro vai pegar um país com mais robustez econômica e de desenvolvimento, com mais mão de obra qualificada, com mais gente na universidade, com mais casas contratadas. Nós estaremos correndo, como na Fórmula 1, a 160 (quilômetros) por hora numa curva. Quem pegar (o governo) vai pegar este país embalado, só tem que tocar o barco”, comemorou.

No discurso a metalúrgicos, Lula citou políticas do governo para reativar a indústria naval brasileira. Segundo ele, em 2000, o segmento empregava cerca de 2 mil pessoas e, atualmente, tem 50 mil trabalhadores.

Lula reforçou a ideia com o exemplo do patamar de desemprego, que bateu o recorde de baixa na pelo segundo mês consecutivo em setembro, chegando a 6,2% – a menor da série histórica desde 2002, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Para o padrão mundial, isto é quase pleno emprego”, disse Lula. Ele comparou o nível brasileiro de desemprego às taxas registradas nos Estados Unidos – cerca de 10% – e na Espanha –próxima a 20%, segundo ele.

“A perspectiva que nós temos é apenas de crescimento. Quem pegar o Brasil a partir de 1o de janeiro vai pegar o Brasil com mais robustez econômica, mais desenvolvimento, mais mão-de-obra qualificada”, afirmou.

Para Lula, a geração de empregos é uma forma de combater a criminalidade. “A coisa mais sagrada para derrotar os bandidos é a geração de milhões e milhões de empregos como acontece aqui no Brasil. Não vai mais faltar emprego nos estaleiros do país”, afirmou, ao comentar encomendas da Petrobras e de outras empresas navais.

Campanha eleitoral

O presidente negou que os compromissos no Rio serviriam para alavancar a candidatura da presidenciável do PT, Dilma Rousseff. “Não posso deixar de governar o Brasil por conta das eleições. Se por conta de cada eleição eu tiver que parar o país, parar seis meses para a eleição de prefeito e parar seis meses para a eleição presidencial, de um mandato de quatro anos, um ano está perdido”, afirmou.

Na cerimônia, Lula aproveitou para alfinetar o rival de Dilma no segundo turno, o candidato do PSDB, José Serra. “Acho que o nosso adversário foi governo até outro dia. Ele tem coisa para fazer. O vice dele (atual governador de São Paulo, Alberto Goldman) deve estar inaugurando (obras), não deve ter muita coisa, mas tem”, disse. “Cada um nada de acordo com a profundidade do mar.”