Queda no emprego

Fiesp: ganho de produtividade em 2013 será obtido de forma ‘um pouco perversa’

Indústria paulista elimina 12,5 mil vagas em novembro e prevê novos cortes

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Enquanto o nível de emprego deve cair 0,4%, a indústria prevê crescimento de 2,5% na atividade

São Paulo – A indústria paulista demitiu 12,5 mil trabalhadores em novembro, segundo a Federação e o Centro das Indústrias do Estado (Fiesp e Ciesp). As entidades estimam que o ano deverá fechar com 20 mil vagas a menos. De janeiro a novembro, o saldo ainda é positivo, com a criação de 24 mil postos de trabalho – em comparação com novembro de 2012, são 44,5 mil a menos. Como a produção deste ano deverá fechar em alta, haverá um ganho de produtividade obtido de forma “um pouco perversa”, conforme comentário do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) das entidades, Paulo Francini.

“Chegamos a ter previsão em torno de 15 mil empregos (criados). Hoje, nossa previsão se alterou”, afirmou Francini. Mesmo com o resultado sendo visto como normal para o período, o número de cortes foi considerado alto – a indústria eliminou 8 mil vagas em novembro de 2012 e 47.500 em igual mês do ano anterior. Francini observou que nos últimos meses do ano os fornecedores de produtos para o Natal já entregaram suas encomendas, enquanto o setor de cana-de-açúcar tradicionalmente dispensa trabalhadores contratados no início da safra.

Enquanto o nível de emprego deve cair 0,4%, a indústria prevê crescimento de 2,5% na atividade. “É um ganho de produtividade obtido de uma maneira um pouco perversa porque não é um aumento de produtividade com grande expansão de produção. É um ganho de produtividade porque cresce a produção e cai o emprego”, diz Francini.

Tínhamos a percepção clara de que as empresas estavam com um excedente de pessoal trabalhando com uma capacidade produtiva maior que a necessária, porém diante de duas perspectivas: demissão custa dinheiro, verbas indenizatórias, é sempre um esforço pelas empresas. A outra perspectiva era que as empresas temiam reduzir e ter de recontratar com dificuldades em encontrar trabalhadores em um mercado de oferta reduzida”, expôs Francini. “Porém, isso cansa, e por frustração (das empresas) de não enxergar esse futuro que anteriormente desenhavam, o excedente foi eliminado.”