São Paulo – O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no município de São Paulo, fechou 2010 com inflação de 6,91%, a maior variação desde 2004 (7,70%), a exemplo do IPCA/IBGE. O resultado foi influenciado, principalmente, pelos gastos com alimentação, que subiram 11,95% no ano – foi o único grupo com taxa acima do índice geral. Também tiveram taxas elevadas os grupos Habitação (6,68%), Educação e Leitura (5,48%) e Saúde (5,45%). Segundo o Dieese, a inflação foi mais elevada para famílias de menor poder aquisitivo (7,67%), chegando a 7,44% no nível intermediário e a 6,49% entre as famílias de renda mais elevada.

Ainda de acordo com o instituto, a alta no grupo Alimentação foi puxada pelos produtos in natura e semielaborados (16,70%). Alguns subiram mais de 20%, casos do feijão (66,57%), carne bovina (37,70%), laranja (25,04%) e frango (23,82%). O Dieese também destacou o aumento no subgrupo alimentação fora do domicílio (11,52%), com aumentos de 12,06% para refeição principal e 10,77% para lanches. Nos preços da indústria alimentícia, alguns produtos se destacaram, como queijo mussarela (29,27%), leite longa vida (23,19%), farinha de trigo (18,42%), açúcar (16,50%) e sal (14,19%).

No grupo Habitação, as principais altas foram nos itens locação, impostos e condomínio (12,21%) e conservação (7,88%). “No caso dos impostos – representado, no ICV pelo IPTU – o reajuste médio foi da ordem de 24,51%; o condomínio, com alta de 13,11%, também teve aumento acentuado, em grande parte, por influência da elevação da remuneração da mão de obra representada pela empregada mensalista (16,39%)”, diz o Dieese.

Ao dividir o ICV em bens e serviços, o instituto constatou que os dois grupos foram igualmente responsáveis pelo resultado de 2010. “Bens (6,7%) e Serviços (7,1%) tiveram, no período, alta acumulada relativamente semelhante e seus pesos, no orçamento doméstico, também são equivalentes, ou seja, ligeiramente maior para os Serviços (50,7%) e menor para os Bens (49,3%). Com isso, os dois grupos tiveram contribuições bastante parecidas para o cálculo.”

O ICV de dezembro teve inflação de 0,65%, ante 1,04% no mês anterior. O destaque também foi o grupo Alimentação (1,54%). Apesar de elevada, a taxa desacelerou em relação a novembro (2,81%).