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FAO aposta que mandioca será principal cultivo do século 21

Para tanto, segundo a organização, será preciso um modelo de agricultura sustentável que satisfaça o aumento da demanda

Marcos Santos/USP

FAO afirma que a produção mundial do tubérculo aumentou em 60% desde 2000 e se acelerará ainda mais na década atual

Roma – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) disse que a mandioca é um tubérculo com “grande potencial” e pode se transformar no principal cultivo do século 21 se for realizado um modelo de agricultura sustentável que satisfaça o aumento da demanda.

O modelo de agricultura promovido pela FAO, chamado “economizar para crescer”, pode aumentar de maneira sustentável os rendimentos gerados pelo cultivo da mandioca em 400%, afirmou hoje (28) a organização, com sede em Roma, por meio de um comunicado.

Para a FAO, este objetivo pode ser alcançado por meio da melhoria da qualidade e saúde da terra, em vez do uso intensivo de produtos químicos.

Em lugar das monoculturas associadas normalmente aos sistemas agrícolas intensivos, o programa “Economizar para crescer” estimula o cultivo misto, rotação de produção e o não uso de pesticidas químicos.

Segundo a organização, estas práticas deram resultados “espetaculares” em testes realizados no Vietnã, onde os camponeses aumentaram os rendimentos da mandioca em 400%.

Na Colômbia, a rotação do cultivo de mandioca com feijão e sorgo (tipo de cereal) impulsionou os rendimentos, o que não se tinha conseguido só com o uso de adubos minerais.

A FAO explicou que a produção mundial do tubérculo aumentou em 60% desde 2000 e se acelerará ainda mais na década atual.

Uma das razões que fomentam a demanda de mandioca é o elevado preço dos cereais, o que transforma o tubérculo em uma alternativa “atrativa” ao trigo e ao milho. Da mandioca se obtém uma farinha de alta qualidade, que pode ser usada como substituta ao trigo.