Dilma define como ‘estratégico para o país’ acordo entre Vale e Petrobras

Siderúrgica vai arrendar por 30 anos as reservas de carnalita do Sergipe; minério é fundamental para a produção de fertilizantes

Dilma lembrou a importância de as duas empresas caminharem juntas para viabilizar o projeto (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – A Vale e a Petrobras renovaram na manhã de hoje (23) o contrato para exploração das reservas de potássio no estado do Sergipe. Pelo acordo, celebrado na cidade de Rosário do Catete, a siderúrgica vai arrendar por mais 30 anos as reservas de carnalita, minério do qual se extrai o cloreto de potássio, fundamental para a produção de fertilizantes químicos. A concessão da área é da Petrobras. Presente no ato de assinatura, a presidenta Dilma Rousseff, comemorou o acordo. “O Projeto Carnalita é fruto de um entendimento entre a Petrobras e a Vale, que está sendo estratégico para o Brasil e vai reduzir a importação de fertilizantes. Se de um lado o governo sabia da importância da ampliação da extração do potássio para um crescimento cada vez mais sustentável, de outro, era fundamental que as duas maiores empresas do Brasil caminhassem juntas para viabilizar esse projeto”, disse.

Depois de afirmar que esse é apenas um dos vários projetos em que as duas empresas vão trabalhar juntas, a presidenta da Petrobras, Graça Foster, destacou que a parceria trará mais desenvolvimento e riqueza para a região. “Neste contrato de arrendamento prevaleceu o racional: aquele que tem a competitividade é o que tem a expertise”, afirmou.

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, comentou que agora a siderúrgica poderá dar continuidade à sua operação atual, na mina de Taquari-Vassouras, e ao desenvolvimento do Projeto Carnalita. “Será a maior planta de extração de potássio do Brasil, contribuindo para a proposta da Vale de aumentar o insumo nacional e reduzir a importação de fertilizantes.”

 A Vale pretende investir US$ 15 bilhões até 2012 na exploração do potássio, atividade que, segundo a empresa, vai criar 5,7 mil postos de trabalho.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o Brasil importa 70% dos fertilizantes e 90% do potássio que utiliza. Reduzir a dependência da importação de fertilizantes poderá garantir a segurança alimentar e impedir o aumento do custo da produção de alimentos, segundo a presidenta.

Desafios

Para Dilma, o acordo representa mais uma etapa para se vencer os principais desafios do século 21. “O Brasil vem conquistando sua autossuficiência no petróleo e hoje somos uma grande potencia energética. Na questão dos alimentos, com a capacidade de produção por hectare, estamos entre os maiores do mundo. Fornecemos alimentos para o Brasil e o mundo.”

Dilma destacou a importância da exploração da mina aos sergipanos, e recordou o modelo de desenvolvimento adotado no país a partir da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (em 2002). “Essa luta é simbólica de todas as oportunidades que tivemos a partir do governo do presidente Lula, explorando todas as nossas riquezas para o bem do Brasil”, disse.

Entusiasmado, o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), afirmou que a parceria escreve mais um capítulo na história do estado. O investimento, segundo ele, vai gerar um lucro de aproximadamente U$ 4 bilhões. “Esse projeto vai garantir a exploração do potássio para mais uma geração de sergipanos .”