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‘Crise política corroeu a economia’, diz presidente da Anfavea

País precisa de tranquilidade para retomar caminho do desenvolvimento, afirma o presidente da CUT

Roberto Parizotti / CUT

CUT participa de encontro de centrais e empresariado para discutir saídas para a crise

São Paulo – Para representantes de empresários e trabalhadores presentes na manhã de hoje (3) ao encontro com o tema Compromisso pelo Desenvolvimento, é urgente que o país supere a instabilidade política para, assim, criar condições para a economia voltar a andar. O evento reúne representantes de centrais sindicais e de entidades empresariais, na Liberdade, região central da capital paulista.

“A origem da crise está nas questões políticas, que corroeram a economia”, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Segundo ele, o ato de hoje, que coloca lado a lado setores patronais e representantes sindicais em debate sobre os rumos da economia brasileira, mostra que, “apesar dos diferentes pensamentos, é possível discutir um outro caminho para o país”.

O executivo afirmou que, vencidas as barreiras políticas, o futuro do país pode ser considerado de otimismo. “É possível pensar em um 2016 não no azul, mas caminhando para o azul.”

Moan disse ainda que, mesmo com a crise, o setor automobilístico nacional manteve a previsão de investimento produtivo para o período entre 2012 e 2018, de R$ 85 bilhões. “Nenhum centavo foi reduzido. Sabemos que o pais é maior que a crise. Sabemos que o Brasil vai voltar a crescer.”

Sobre o processo de impeachment, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu acolher ontem, o empresário preferiu manter-se neutro e disse não ser nem favorável nem contra. “Confiamos nas instituições, que vão decidir o que é melhor para o país”, afirmou.

Por sua vez, ao avaliar a importância de trabalhadores e empresários buscarem uma saída comum para a crise, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que “o Brasil precisa de tranquilidade para retomar o desenvolvimento. Estamos construindo esse caminho neste fórum, discutindo alternativas de superação da crise”.

Para Vagner, a decisão de Cunha pela abertura do processo de destituição da presidenta Dilma Rousseff é resultado de desespero, referindo-se às sucessivas acusações de corrupção que cercam o presidente da Câmara, perto de responder a processo contra si na Comissão de Ética. “O Brasil não pode ficar à mercê do senhor Eduardo Cunha, que já não tem autoridade política nem moral para continuar no cargo.”

O dirigente comentou ainda sobre o ato público contra Cunha e a tentativa de golpe contra as instituições democráticas, amanhã, em Brasília. ‘Não é só a defesa do mandato de uma presidenta legitimamente eleita, mas é a defesa do estado de direito.”

Participam do ato seis centrais – CUT, UGT, Força Sindical, Nova Central, CTB e CSB –, além de entidades como Anfavea, Abimaq (máquinas e equipamentos), Abit (indústria têxtil), entre outras.

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