Copom corta Selic em meio ponto, mas já sinaliza ‘parcimônia’ com crescimento econômico

Como já era previsto, a taxa básica de juros caiu para 7,5% na reunião da Comissão de Política Monetária do Banco Central. É a nona queda consecutiva desde agosto do ano passado

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu hoje (29) a taxa básica de juros da economia brasileira em meio ponto percentual. A chamada taxa Selic caiu de 8% para 7,5%, como já era esperado pelos agentes financeiros.

Foi a nona queda consecutiva desde agosto do ano passado, quando a Selic estava em 12,5%. De lá para cá houve seis reduções de 0,5 ponto percentual. Nas reuniões de março e abril deste ano, o Copom baixou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, cada vez. 

Desta vez, os diretores do Banco Central optaram por um comunicado um pouco mais extenso do que vinha sendo emitido nos últimos meses. “Considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia”, informam.

A reunião do Copom é realizada sempre em duas etapas, na terça e na quarta-feira. No primeiro dia, os chefes de departamentos do Banco Central expõem as expectativas de cada área, no Brasil e no exterior, e no dia seguinte os diretores do banco discutem os rumos da política monetária e seu impacto na inflação. Só aí decidem a conveniência de mexer na taxa em vigor, e o anúncio é feito em seguida, sempre depois do fechamento do mercado.

Nos últimos 12 meses, completados em julho, a Selic diminuiu 4,5 pontos percentuais, equivalentes a 36%. É a taxa mais baixa da história do Copom, criado em junho de 1996. A medida provocou alterações na fórmula de rendimento da caderneta de poupança. Se depender das apostas dos analistas financeiros, e com a queda de hoje, a taxa deve encerrar o ano em 7,25%.

Há indefinição, porém, em relação à manutenção da política monetária nas reuniões futuras do Copom, uma vez que a atividade econômica dá sinais de reaquecimento. No boletim Focus divulgado na última segunda-feira, os analistas elevaram, pela sétima semana seguida, a perspectiva de inflação em 2012 para 5,19%, distanciando-se do centro da meta de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional.

Com informações da Agência Brasil