Selic

Centrais e sindicatos voltam a cobrar juros menores. Copom deve reduzir taxa

Sindicalista chama política monetária de “extorsiva”. Governo indica dois novos nomes para direção do BC

Reprodução/Montagem RBA
Reprodução/Montagem RBA

São Paulo – No primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta terça-feira (31), representantes de centrais e sindicatos voltaram a cobrar juros menores. Havia manifestações programadas em várias cidades. O Copom anuncia o resultado amanhã (1º) à noite. A aposta é de novo corte – seria o terceiro seguido – na taxa básica (Selic), atualmente em 12,75% ao ano.

“Manter os juros altos prejudica o investimento do Estado em áreas essenciais como infraestrutura, saúde e educação, trava os investimentos no setor produtivo e a geração de emprego e renda. Só beneficia, em sua maioria, instituições financeiras, que são as maiores detentoras dos títulos da dívida pública”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Neiva Ribeiro.

Para ela, a política monetária comandada por Roberto Campos Neto, presidente do BC, é “extorsiva”. Em aproximadamente um ano e meio, entre 2021 e 2022, a Selic foi de 2% para 13,75%. Permaneceu assim até agosto, quando o Copom anunciou corte de meio ponto percentual, que se repetiu na reunião seguinte, no mês passado. Agora, a expectativa é de nova redução de meio ponto, para 12,25% ao ano.

Novos integrantes do BC

Dois novos nomes foram indicados para a diretoria do Banco Central: o professor Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e o servidor Rodrigo Teixeira (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta). O anúncio foi feito ontem (30) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Sinal, sindicato dos funcionários do BC, elogiou as escolhas.

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Para o presidente da entidade, Fábio Faiad, as indicações de um acadêmico e de um servidor de carreira são compatíveis com a reivindicação de “maior pluralidade de vozes” na direção, além da “não interferência de interesses do mercado financeiro”. Assim, ele lembra que o sindicato já se manifesta há tempos contra a predominância de nomes vinculados ao sistema financeiro nas instâncias de decisão do BC.