CCJ quer ouvir presidentes do Banco Central e da Caixa sobre problemas no Banco Panamericano

O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), autor do requerimento sobre o rombo do Banco Panamericano (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado) São Paulo –  A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) […]

O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), autor do requerimento sobre o rombo do Banco Panamericano (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

São Paulo –  A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou, na manhã desta quarta-feira (10), requerimento para que os presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, e da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, falem sobre o socorro de R$ 2,5 bilhões ao Banco Panamericano. A instituição recebeu aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para restabelecer o equilíbrio patrimonial.

O requerimento aprovado é de autoria do senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA). Por sugestão do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), serão convidados também os representantes das duas auditorias que, segundo ele, falharam por deixar passar as fraudes na análise dos balancetes do Panamericano. As empresas são KPMG e Deloitte.

O Banco Central detectou fraudes contábeis no balanço do Banco Panamericano, que tem 49% de suas ações em poder da Caixa Econômica Federal. A justificativa para a injeção de recursos do FGC é evitar a liquidação da instituição financeira. A operação, de acordo com a notificação do banco, é integralmente garantida por bens do patrimônio empresarial do Grupo Sílvio Santos, controlador da instituição.

O FGC é uma entidade privada sem fins lucrativos constituído em 1995 pelos bancos brasileiros. Os recursos depositados pelas próprias instituições financeiras, são empregados para evitar quebras de bancos, em operações de socorro que demandam concordância do Banco Central.

Novos diretores

Com o rombo no caixa, os sócios do PanAmericano indicaram novos nomes para a diretoria, aprovados pelo BC. São eles: Celso Antunes da Costa, Celso Zanin, Raphael Rezende Neto, Mario Ferreira Neto, José Alfredo Lattaro, José Henrique Marques da Cruz, Eliel Teixeira de Almeida e Ivan Dumont Silva.

Em 2009, a Caixa Econômica Federal pagou R$ 739,2 milhões para adquirir parte do Banco PanAmericano, pertencente ao grupo Silvio Santos. O banco estatal, por meio da Caixa Participações S.A. (Caixapar), adquiriu 35,54% do capital total do banco.

Uma fonte ouvida pela agência Reuters sustenta que a Caixa não irá assumir o controle das operações do Panamericano, nem fazer novos aportes. Na época da aquisição, a Caixa foi assessorada pelo Banco Fator e pela empresa de auditoria KPMG. A operação depois passou pelo crivo da BDO. O Panamericano tem a Deloitte como auditora externa.

Com informações da Agência Brasil e Reuters