Bancários veem avanço na Selic e cobram redução ‘de verdade’ dos juros bancários

São Paulo – Apesar de considerar “um avanço importante” a manutenção da trajetória descendente da taxa básica de juros, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) pede novos […]

São Paulo – Apesar de considerar “um avanço importante” a manutenção da trajetória descendente da taxa básica de juros, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) pede novos cortes. “É necessário reduzir ainda mais a Selic, de forma a aproximá-la dos níveis internacionais, e é inadiável forçar o sistema financeiro nacional a baixar de verdade as altas taxas de juros, o spread e as tarifas”, afirmou o presidente da entidade, Carlos Cordeiro.

Segundo ele, embora os bancos, “pressionados pelo governo”, tenham anunciado reduções nos juros, o crédito mais barato ainda não chegou ao consumidor. “Pior ainda, alguns bancos estão aumentando ainda mais as tarifas a pretexto de compensar a queda dos juros”, diz Cordeiro. “Há uma ausência total de transparência por parte dos bancos. As reduções ocorrem em apenas algumas linhas de crédito, com tantas condicionantes impostas que excluem a grande maioria dos clientes. Além disso, cada instituição usa nomenclaturas diferentes para seus produtos e serviços, o que impede comparações e a competição. Ou seja, os bancos estão enganando a população.”

O dirigente voltou a cobrar a realização de uma conferência nacional do sistema financeiro, para discutir essas e outras questões, como o crédito e a concentração no setor.

Alento

Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, a redução da taxa básica representou “um alento para a indústria do país, que vem mostrando dificuldades em apresentar sinais consistentes de crescimento”. Segundo ele, o governo deve continuar reduzindo a Selic, “combatendo desta forma a especulação, um mecanismo perverso que inibe a produção, o consumo e a geração de postos de trabalho”.