Inflação

Apesar de alta em abril, IPCA volta a ficar menor em 12 meses

Preços de alguns alimentos aumentaram no mês. Principal pressão veio da alta dos remédios. Custo com energia caiu. Taxa acumulada de 9,28% é a menor desde julho do ano passado

Marcelo Camargo/ABr

Entre as principais altas, estão a manteiga (6,42%), a farinha de mandioca (4,65%) e as frutas (4,3%)

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,61% em abril, acima de março (0,43%), com a menor taxa para o mês em três anos, atingindo 3,25% em 2016 – abaixo de igual período de 2015 (4,56%). Os resultados foram divulgados na manhã de hoje (6) pelo IBGE. Com isso, a taxa em 12 meses voltou a recuar, passando para 9,28%, a menor desde julho do ano passado.

De março para abril, o resultado foi puxado, principalmente, pelos grupos Alimentação e Bebidas (1,09%) e Saúde e Cuidados Pessoais (2,33%). Com 0,28 e 0,26 ponto percentual, respectivamente, os dois responderam por 89% do índice mensal.

Entre as principais altas – algumas menos intensas do que no mês anterior –, estão as da batata inglesa (13,13%), o açaí (9,22%), a manteiga (6,42%), a farinha de mandioca (4,65%) e as frutas (4,3%). O tomate ficou 15,26% mais barato.

Os preços dos remédios subiram 6,26%, refletindo parte de reajuste aplicado em abril. Esse item respondeu por 0,20 ponto percentual do IPCA. Outros aumentos nesse grupo foram registrados em plano de saúde (1,06%), artigos de higiene pessoal (0,58%) e serviços laboratoriais e hospitalares (0,52%).

Já o item energia elétrica (-3,11%) teve o principal impacto para baixo, correspondente a menos 0,12 ponto percentual. O IBGE lembra que esse comportamento se deve ao fim da cobrança extra da bandeira tarifária. Tambem caíram preços de etanol (-4,89%), excursão (-2,21%) e cigarro (-0,99%).

De acordo com o IBGE, sete dos nove grupos que compõem o índice tiveram impacto de 0,07 ponto percentual e, somados, responderam por apenas 11% do resultado mensal. O instituto destaca: telefone celular (4,01%, com tarifa maior em uma operadora), acessórios e peças (1,55%), taxa de água e esgoto (1,51%, com influência de reajustes em Curitiba, Recife e Fortaleza), artigos de limpeza (1,46%), passagem aérea (1,43%), TV, som e informática (1,30%), motocicleta (1,18%), roupa feminina (0,95%), serviço bancário (0,94%), seguro de veículo (0,83%), manicure (0,81%), emplacamento e licença (0,77%), empregado doméstico (0,70%), ônibus urbano (0,69%, com aumento em Porto Alegre) e calçados (0,60%).

Entre as regiões pesquisadas, o maior índice foi apurado em Fortaleza (1,02%), com pressão da taxa de água e esgoto e da energia. O menor é de São Paulo (0,36%), onde os alimentos subiram abaixo da média nacional e o preço do etanol caiu.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 0,44%, em março, para 0,64% em abril, também abaixo de igual mês do ano passado. A taxa acumulada no ano vai a 3,58%, ante 4,95% em 2015. Em 12 meses, o INPC atinge 9,83%, menor que o do período imediatamente anterior (9,91%).