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Retomada

Alckmin celebra fôlego a setor automobilístico e ‘primeiro passo para sair do manicômio tributário’

Segundo ministro e vice-presidente, junho teve 95 mil veículos vendidos dentro do programa de estímulo e recorde histórico de emplacamentos para um único dia

Marcelo Camargo/ABr
Marcelo Camargo/ABr

São Paulo – A aprovação da reforma tributária pela Câmara, ontem (6), representou “o primeiro passo para sair do manicômio tributário”, segundo a definição do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ao fazer um balanço do programa de estímulo ao setor automobilístico, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (7), ele também destacou medidas que vêm sendo adotadas para estimular a economia.

“Durante toda a campanha eleitoral, nós destacamos a importância de uma agenda de competitividade”, afirmou Alckmin, ressaltando a desoneração de investimentos e exportações. Outra iniciativa importante, disse o vice e ministro, foi a reinstalação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que não se reunia há oito anos. Seis grupos de trabalho deverão se debruçar sobre seis “missões”.

Cadeia produtiva do setor automobilístico

Alckmin enfatizou a importância da indústria automobilística, “que representa 20% da indústria manufatureira”, além de uma extensa cadeia produtiva com aproximadamente 1,2 milhão de empregos – e que enfrentava 50% de ociosidade. O que levou algumas empresas, como Volkswagen e General Motors, a paralisar a produção. “Você não tinha como produzir com aquele estoque gigante. Vendendo, retoma. O programa salvou emprego, impulsionou a indústria, facilitou para a população. E ajudou também no comércio de usados”, disse Alckmin. A estimativa é de 125 mil unidades vendidas no total.

De acordo com o balanço divulgado hoje, apenas para pessoas físicas o crédito disponível foi de R$ 500 milhões, com aquisição de 95 mil veículos. Apenas no dia 30 de junho, destacou Alckmin, foram emplacadas 27 mil unidades. Segundo ele, é o maior número para um dia já registrado em toda a história da indústria automobilística no Brasil. “Se você pegar o auge da indústria, foi a produção de 3,8 milhões de veículos. Esse foi o auge. Hoje, a produção é 2,3 milhões. Naquele período, dos 3,8 milhões, não teve um dia que emplacou 27 mil veículos.”

Redução de juros

Com a liberação dos recursos, o programa de estímulo termina, disse Alckmin. De um total de R$ 800 milhões, foram liberados R$ 650 milhões em crédito tributário – até R$ 500 milhões, apenas para pessoas físicas. Os R$ 150 milhões restantes deverão ser usados para compensar perda de arrecadação. Para caminhões, foi usada uma parte menor, R$ 100 milhões de um total de R$ 700 milhões. Para ônibus, R$ 140 milhões de R$ 300 milhões. O ministro disse que o programa de renovação da frota (para ônibus e caminhões) ainda continua.

Atualmente, disse Alckmin, 70% das compras de veículos são feitas à vista. Bem diferente de tempos atrás, quando a maior parte das aquisições era feita em parcelas. Nesse sentido, o próprio vice lembrou de quando comprou um Fusca e, posteriormente, uma Brasília, em 48 prestações. Mas ele disse estar otimista com a redução da taxa básica de juros em breve, o que deve ajudar no acesso ao crédito. O programa de estímulo previa descontos de 1,7% a 11,7% (com critérios social, ambiental e industrial). O que significava descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Mas esses percentuais foram maiores com participação do setor privado. No total, as medidas envolveram nove montadoras e 117 modelos.

“Temos consciência de que o caminho é melhorar a renda da população, melhorar emprego e aumentar a competitividade”, comentou o vice-presidente. “Vivemos no mundo da fantasia tributária”, afirmou, destacando o empenho do governo e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na aprovação da reforma.

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