485 cortes

Caoa Chery confirma demissões em Jacareí, e sindicato fala em quebra de acordo

“Foi uma traição aos trabalhadores”, afirmou sindicalista

Roosevelt Cásssio/SMSJC
Roosevelt Cásssio/SMSJC
Trabalhadores diante da Assembleia: cobranças ao poder público

São Paulo – A Caoa Chery vai demitir 485 dos 627 dos funcionários (quase 80%) da fábrica de Jacareí, no interior paulista, oferecendo um “pacote” de indenizações adicionais. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, a empresa está descumprindo acordo que previa implementação de lay-off (suspensão dos contratos) até o final do ano, além de um período de estabilidade.

Ontem (18), trabalhadores fizeram protesto diante da Assembleia Legislativa de São Paulo, onde era realizada audiência pública sobre desindustrialização no estado. Durante o evento, os sindicalistas falaram sobre a quebra do acordo, afirmando que a montadora havia assinado uma ata após reunião nos último dia 10.

“A Caoa Chery, assim que começou a pandemia, foi uma das empresas que mais cresceram. Indo na contramão de todas montadoras, que estavam parando por falta de semicondutores, a empresa era a que mais estava vendendo no momento. Agora, ela deu um golpe na gente. Foi uma traição aos trabalhadores”, afirmou o diretor do sindicato Anderson Elias Xavier, o Costelinha, funcionário da empresa.

À mercê das empresas

“Não é só salário, não é só plano de saúde, não tem a ver só com renda, tem a ver com a vida das pessoas. Se o poder público não impõe regras para que os empresários cumpram a função social da propriedade privada, os trabalhadores ficam à mercê de qualquer decisão das direções das empresas”, acrescentou Guirá Borba, também diretor e trabalhador na Caoa Chery.

A empresa informou que não aceitou o lay-off porque não há previsão de retomada da produção no curto prazo. O objetivo é manter a unidade de Jacareí fechada até 2025, preparando a fábrica para a produção de modelos híbridos e elétricos.


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