Pobreza

Jornal divulga estudo sobre redução da desigualdade no país, mas ‘esconde’ governos

Período em que houve início de diminuição da desigualdade coincide com gestões do PT, além do último ano de governo tucano

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Redes sociais fizeram memes sobre reportagem, reclamando de falta de clareza sobre em quais gestões a desigualdade chegou a diminuir

São Paulo – Pesquisa inédita divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo aponta redução da desigualdade no país no período de 2002 (último ano do governo FHC, PSDB) a 2015 (13 anos de gestões de Lula e Dilma, PT). Mas nas redes sociais houve críticas ao que se considerou omissão ao governo em que houve essa melhoria. O título faz referência apenas ao período, enquanto a informação sobre os governos aparece no texto. A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, comentou que o estudo demonstra que a desigualdade pode ser “diminuída e revertida” com políticas adequadas. Mas manifestou espanto por não se deixar claro quem e qual partido governavam o país naquele momento.

“O país é tão rico que costuma figurar entre as 10 maiores economias do mundo, enquanto boa parte da população está mergulhada em índices de pobreza comparáveis aos de nações miseráveis”, diz o colunista Chico Alves, no portal UOL. “Foi justamente no enfrentamento a essa questão fundamental que os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tiveram desempenho destacado. A constatação é do insuspeito Insper, instituto que ninguém poderá acusar de ser petista.”

De acordo com o levantamento, o índice Gini, que mede a desigualdade, recuou de 0,583 em 2002 para 0,547 em 2017. Isso significa que aproximadamente 16 milhões saíram da pobreza. O estudo mostra ainda que a desigualdade voltou a subir a partir de 2016, ano do impeachment de Dilma e início do governo Temer (MDB). No ano seguinte, continuou subindo, mas ainda em nível menor que em 2002.

Paternidade

De acordo com a pesquisa, todas as faixas da população adulta abaixo dos 29% mais ricos tiveram crescimento anual da renda acima da média nacional (3%). Acima desse corte, o aumento foi de 2,4% a 2,9%.

O ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad também comentou em rede social. “Não reconhecer a paternidade de alguns feitos sem distorcer os fatos é menos grave do que distorcer os fatos para destruir os feitos. Falo de dois temas: redução da desigualdade e políticas afirmativas, respectivamente”, afirmou.