Boy dodói

Quadrinista lança série com relatos reais de abusos machistas

Machistas estão expostos em quadrinhos que relatam dezenas de histórias reais de abuso contra mulheres trans, cis, binárias e não binárias

Divulgação
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São episódios doloridos, absurdos, tragicômicos ou, na maioria das vezes, tudo isso junto. Trata-se de uma exposição do ridículo do machismo

São Paulo – As quadrinistas Carol Ito e Helô D’Angelo, ao lado da editora Bebel Abreu, lançaram a coletânea “Boy Dodói”. Trata-se de uma série de quadrinhos que retrata histórias reais de centenas de pessoas que passaram por situações de abuso machista e sexista. As três criaram uma chamada aberta nas redes sociais para que mulheres e pessoas não binárias de todo o Brasil pudessem mandar suas vivências com boys dodóis – e qual não foi a surpresa quando chegaram mais de 300 relatos.

São episódios doloridos, absurdos, tragicômicos ou, na maioria das vezes, tudo isso junto. Trata-se de uma exposição do ridículo do machismo. Inicialmente, são 11 histórias ilustradas por artistas convidadas de todo o país. Além destas, oito histórias muito boas para passar ilesas, mas curtinhas demais para uma HQ, foram escolhidas para virar tirinhas, que estão sendo publicadas nas redes sociais e estarão na versão digital do livro.

Machistas: o “boy dodói”

As criadoras explicam que a expressão representa “o homem cis criado de forma doente pelo patriarcado, que reproduz atitudes ligadas à irresponsabilidade afetiva, falta de honestidade, manipulação, egocentrismo, ausência de noções básicas sobre como estar em uma relação sem ser um grande machista, entre outros comportamentos que causam sofrimento a quem se relaciona com ele”.

“Nosso objetivo é expor os comportamentos machistas para evitar que eles sejam repetidos por mais uma geração”, explica Bebel Abreu. “O humor e a ironia são ferramentas potentíssimas de comunicação e engajamento. E os quadrinhos – com sua soma de arte e texto – alcançam lugares interessantíssimos na mente humana”, completa.

O livro

Desde sua concepção, o livro é uma criação coletiva, e seu financiamento também será: uma campanha no Catarse de 7 de julho a 6 de agosto irá custear todo o projeto. Os apoios variam de R$ 30 (livro digital) a R$ 420 (pacote completo de recompensas). A depender do valor investido, apoiadores podem receber o livro impresso, o livro digital, com conteúdo extra, adesivos, camisetas, ecobags, pacote de figurinhas de WhatsApp, wallpaper para celular e outras surpresas. Eis o link: www.catarse.me/boydodoi

Batendo a primeira meta, de R$ 80 mil, a publicação terá aproximadamente 100 páginas, com miolo em papel pólen impresso em duas cores. Se a arrecadação dobrar a meta, o livro irá ganhar capa dura e novas histórias serão incluídas.

O lançamento está previsto para setembro, na Bienal de Quadrinhos em Curitiba.