São Paulo – Iniciada na quinta-feira (19), a 47ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo , que vai até 1º de novembro, terá 365 filmes neste ano. De obras clássicas de Michelangelo Antonioni e José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, homenageados deste ano, às novidades dos maiores festivais do mundo. Por isso, a RBA selecionou alguns destaques relevantes desta Mostra, com foco nos filmes de abertura e na programação deste fim de semana.

O filme de abertura venceu a Palma de Ouro em Cannes: Anatomia de Uma Queda, de Justine Triet, é o mais esperado da mostra deste ano. Trata-se de um drama familiar que apresenta pitadas de ótimo suspense. A quebra do maniqueísmo na investigação de um crime apresenta um novo olhar sobre a ausência de certo e errado nas relações humanas. O olhar da francesa apresenta profundidade de obras como A Separação, do iraniano Asghar Farhadi, com temperos únicos e um mix de gêneros.

Infelizmente, o filme terá poucas exibições na mostra. O número restrito de sessões também garante as filas. Então, se o espectador não quiser esperar o filme entrar no circuito comercial (o que pode acontecer apenas em 2024), é importante correr. Serão três sessões: dia 25, às 16h15, no Cinesesc; 31, às 19h10, no Espaço Itaú de Cinema Augusta; e 1º de novembro, no Espaço Itaú de Cinema Bourbon Pompéia.

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Destaque

Outro filme de peso da mostra é o mais recente do japonês Ryusuke Hamaguchi, Evil Does Not Exist. Hamaguchi coleciona prêmios em todos os grandes festivais e até um Oscar pelo notável Drive My Car. Já Bradley Cooper (de Nasce uma Estrela), apresenta Maestro. Para ficar nos grandes nomes do cinema contemporâneo, Taika Waititi (de Jojo Rabbit), apresenta Quem Fizer Ganha.

Confira uma lista de filmes neste fim de semana

Sábado

Na Água, de Hong Sang-Soo – 11h – Sato Cinema: o cinema de rua do bairro da liberdade traz a obra do renomado diretor, parte de uma geração de ouro do cinema sul-coreano

Em Nossos Dias, de Hong Sang-Soo – 14h30 – Sato Cinema

Folhas de Outono, de Aki Kaurismaki – 15h45 – Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca: um dos destaques deste ano, premiado em Cannes, apresenta o interessantíssimo olhar nórdico das relações humanas. Na direção, Kaurismaki traça uma trajetória de crescimento notável

Blow-Up: Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni – 18h30 – Cinesesc: vencedor da Palma de Ouro em 1967, a grande obra de ficção do mestre italiano ainda contará com um curta sobre sua obra antes da exibição, O Olhar de Michelangelo

Helô, de Lula Buarque de Hollanda – 20h50 – Cinesesc: documentário sobre Heloisa Buarque de Hollanda, uma das mais novas integrantes da Academia Brasileira de Letras

Leme do Destino, de Júlio Bressane – 21h30 – Cinemateca: longa sobre afetos do cineasta que será um dos homenageados desta Mostra. Bressane deve estar presente na sessão

Domingo

Sob o Silêncio das Águas, de Wei Shujun – 11h30 – Sato Cinema: o imponente cinema chinês segue brindando os cinéfilos com novos cineastas. Shujun apresenta um suspense policial, exibido na mostra Um Certo Olhar, em Cannes

O Caso Goldman, de Cédric Kahn – 14h – Kinoplex Itaim. Em Paris, no ano de 1975, acompanhamos o julgamento de Pierre Goldman (1944-1979), judeu e ativista de esquerda, que é alvo de condenação suspeita. Um dos destaques da Mostra

Ryuichi Sakamoto | Opus – 18h40 – Sato Cinema. Documentário com 20 músicas selecionadas pelo grande mestre da música japonesa que morreu neste ano, vítima de câncer. Sakamoto é de extrema relevância para a música contemporânea

Saudosa Maloca, de Pedro Serrano – 19h – Cinemateca. Numa mesa de bar, o velho Adoniran Barbosa conta a um jovem garçom histórias de uma São Paulo que já não existe

Crimes da Alma, de Michelangelo Antonioni – 19h30 – Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca. Um rico industrial, intrigado sobre o passado da esposa, Paola, contrata detetive particular para investigar a vida pregressa da mulher

Razões Africanas, de Jefferson Melolo – 21h – Cinesesc. Retrato intimista e musicalmente profundo que traça o resgate da identidade de três gêneros musicais que são legados do continente africano: o blues, do Mississipi, a rumba, de Havana, e o jongo, do Rio de Janeiro