Solidariedade

MST já destinou dois carregamentos de alimentos para ajuda humanitária em Gaza

Apesar da chegada de suprimentos, situação na área continua crítica

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Nesta semana, o movimento dos sem-terra destinou seu segundo carregamento de alimentos da reforma agrária para as famílias vítimas da crise humanitária

São Paulo – Apesar da perspectiva de colapso na Faixa de Gaza, entidades pelo mundo se mantém solidárias. É o caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que na última quarta-feira (6) destinou seu segundo carregamento de alimentos da reforma agrária para famílias vítimas da crise humanitária. Ao todo, foram enviadas 11 toneladas de alimentos, em novas contribuições para os esforços internacionais de assistência.

“Nós estamos fazendo a segunda doação de alimentos para o povo palestino, pois acreditamos na solidariedade internacional. O povo palestino, assim como todo o povo que luta por soberania, necessita da ação solidária dos outros povos do mundo”, afirmou Jane Cabral, da direção nacional do MST.

Produtos em aviões da FAB

No primeiro envio, em outubro, o movimento mandou arroz, farinha de milho e leite. “O alimento que estamos doando é o símbolo da nossa ação no Brasil e uma reafirmação da nossa solidariedade ao povo palestino”, acrescentou Jane. Nesta nova remessa foram enviados itens como arroz, fubá, leite em pó e açúcar. A iniciativa do MST ocorre a partir da parceria com o governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores. Os produtos são levados em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

A configuração do conflito e o predomínio de Israel impedem a ajuda humanitária em Gaza. Para as agências da Nações Unidas, praticamente não há mais dúvida que a situação na região significa que a sociedade mundial está prestes a entrar em colapso.

Situação se deteriora

Ontem (8), o chefe da Agência para Refugiados Palestinos (UNRWA), publicou carta dirigida ao presidente da Assembleia Geral da ONU afirmando que a “habilidade de implementar seu mandato está severamente limitada”. Para Philippe Lazzarini, a situação teria consequências graves e imediatas na resposta humanitária das Nações Unidas para a população em Gaza.

São mais de 1,2 milhão de civis abrigados em escolas da UNRWA e a agência, embora já tenha perdido 130 funcionários desde o agravamento da violência e cerca de 70% tenham sido deslocados, segue como a principal opção de ajuda humanitária na área.

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Apesar da chegada de caminhões com suprimentos em Gaza, a situação humanitária continua crítica e as necessidades dos palestinos sem precedentes, relata a UNRWA. Segundo a porta-voz da agência, Adnan Abu Hasna, seriam necessários 200 caminhões por dia durante dois meses para responder às necessidades da população na região, que ainda tem áreas, por exemplo, sem acesso à água potável.


Com informações da ONU e do MST