Massacre

Conselho de Segurança da ONU aprecia cessar-fogo em Gaza com promessa de veto dos EUA

Diante do massacre de civis palestinos, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a apreciação de um cessar-fogo em Gaza

UNOCHA/Samar Elouf
UNOCHA/Samar Elouf
Embora a proposta argelina tenha recebido 13 votos favoráveis, o voto contrário da delegação norte-americana é suficiente para barrá-la

São Paulo – Israel intensificou os ataques contra palestinos na Faixa de Gaza. Sob pretexto de avançar contra o grupo armado Hamas, as investidas com bombas e também por terra continuam deixando civis como principais vítimas. Já são mais de 15 mil mortos, sendo mais de 60% mulheres e crianças. Diante disso, o diretor-geral da ONU, António Guterres, encaminhou hoje (8) um pedido de cessar-fogo imediato ao Conselho de Segurança. Contudo, mesmo antes da votação entre os membros, os Estados Unidos, integrante com poder de veto, já disseram ser contra.

O embaixador adjunto norte-americano na ONU, Robert Wood, no Conselho de Segurança, adiantou o possível veto. Não seria a primeira vez que o país impede decisão por paz na região. “Embora os Estados Unidos apoiem os apelos por uma paz duradoura, na qual israelenses e palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos os apelos por um cessar-fogo imediato”, disse o diplomata.

Não há lugar seguro

O massacre em Gaza começou há dois meses, após um atentado do Hamas em território ocupado por Israel, de origem palestina. No início, o governo de Benjamin Netanyahu promoveu bombardeios por todo o território, último independente do povo palestino. Primeiramente, Israel disse que atacaria o norte da região e, por isso, deu 24 horas para mais de 1 milhão de pessoas deixarem suas casas. Contudo, sequer esse acordo cumpriu. Os bombardeios agora estão cada vez mais centralizados no sul, particularmente na cidade de Khan Younes.

“Invoquei o artigo 99º da Carta das Nações Unidas devido ao ponto de ruptura em Gaza e o elevado risco de colapso total do sistema de apoio humanitário. Existe claramente, em minha opinião, um sério risco de agravamento das ameaças existentes à manutenção da paz e da segurança internacionais. Receio que as consequências possam ser devastadoras para a segurança de toda a região”, disse Guterres, ao defender o fim do massacre. Anteriormente, a entidade já alertara sobre possível genocídio em curso.

Plano final em Gaza

Israel pouco esconde suas intenções na região. Desde 1948, data de criação do Estado sionista, israelenses promovem ataques sistemáticos e expulsam, progressivamente, os árabes originários da região. Então, no início desta semana, Netanyahu disse que não deve devolver Gaza aos palestinos, mesmo ao fim da “guerra”. Trata-se de uma postura que, finalmente, pode extinguir a existência do um Estado árabe.