Violência

Polícia faz prisões no caso de menino morto em Pernambuco. Rurais e CPT pedem regularização de terras

Segundo a Polícia Civil, dois homens foram presos e um menor, apreendido. A suspeita é de participação na morte a tiros do menino Jonathas, de 9 anos, no dia 10

CC.0 Marco Zero - Redes sociais/Reprodução
CC.0 Marco Zero - Redes sociais/Reprodução
Pistoleiros invadiram a casa do líder comunitário Geovane da Silva Santos e atingiram o menino Jonatas, que procurou refúgio debaixo da cama, junto com a mãe

São Paulo – A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape) divulgaram nota na noite de ontem (17) depois que a polícia confirmou prisões relacionadas ao caso do menino de 9 anos morto há uma semana na Zona da Mata. As entidades afirmam que continuarão “acompanhando as investigações daquele crime hediondo, exigindo rigor e imparcialidade na condução do inquérito”.

A Polícia Civil de Pernambuco confirmou a prisão de dois homens e a apreensão de um adolescente de 15 anos, por suspeita de envolvimento no caso do menino Jonathas Oliveira, morto a tiros na noite do dia 10. O crime foi cometido durante ataque à casa do líder comunitário e rural Geovane da Silva Santos, pai do garoto. O assassinato ocorreu no Engenho Roncadorzinho, na cidade de Barreiros, região de engenhos de cana falidos e áreas ocupadas por trabalhadores rurais.

Cobiça e milícia

“Caso se confirmem as apurações da Polícia Civil, que ela própria anunciou estarem na sua fase inicial, esta situação de violência absurda confirma a importância da regularização das terras da região, as quais têm sido alvo de cobiça e especulação imobiliária por diversos grupos econômicos, seja de grandes empresários e fazendeiros, seja da milícia armada privada e, agora a polícia aponta, até por redes de tráfico de drogas”, afirmam CPT e Fetape. “De fato, situações inaceitáveis como a vivida pela comunidade de Roncadorzinho, que há muitos anos luta pelos reconhecimento de seus direitos e pela regularização de suas posses, são enfrentadas, também, por mais de 1.500 famílias camponesas posseiras em, no mínimo, outros oito municípios da Zona da Mata.”

Os dois homens (identificados, segundo o portal G1, como Manoel Bezerra Siqueira Neto e Michael Faustino da Silva) passaram por audiência de custódia e foram levados para presídio no município de Palmares. Já o adolescente foi para uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Cabo do Santo Agostinho, no Grande Recife. Sua mãe afirmou que ele estava na casa de um amigo no horário do crime.