Últimos dias para ver os ‘Impressionistas’ no CCBB

Após reunir milhares de pessoas, que formaram filas de horas na frente do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro de São Paulo, a exposição “Impressionismo – Paris e […]

Após reunir milhares de pessoas, que formaram filas de horas na frente do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro de São Paulo, a exposição “Impressionismo – Paris e Modernidade”, que reúne as obras-primas do Musée d’Orsay, de Paris, na França, chega ao último final de semana, podendo ser visitada, de graça, até domingo (7). A mostra reúne trabalhos de mestres como Édouard Manet, Claude Monet, Edgar Degas, Pierre-Auguste Renoir, Vincent Van Gogh, Paul Cézanne e Paul Gauguin, entre outros.

A exposição, que reúne oitenta e cinco pinturas, ocupa quatro andares do espaço, além do subsolo; e está organizada em sete módulos temáticos. “Paris é uma festa!” destaca-se pelo retrato dos artistas e das casas noturnas da capital francesa, incluindo o “Cenas de festa no Moulin Rouge”, do italiano Giovanni Boldini. No mesmo caminho, há “A vida parisiense e seus atores”, em que aparecem tanto as prostitutas, quanto as jovens senhoritas de sociedade tocando piano, como em “Moças ao piano”, de Pierre-Auguste Renoir.

No mesmo módulo, está a badalada “Le Fifre”, em que Édouard Manet mostra um garotinho tocando flauta, sob influência do espanhol Diego Velázquez, e que é justamente o cartaz da exposição. E “A vida silenciosa” retrata o nascimento do impressionismo, quando jovens pintores, inspirados em Sérusier, que, em 1888, pintou a Pont-Aven, por sua vez inspirado por Gauguin. Mas o nome do movimento veio mesmo da tela “Impressão, nascer do sol”, pintada por Claude Monet, em 1872.

“Paris, cidade moderna” traz retratos de diferentes pontos da cidade na primeira metade do século XIX. Nesse sentido é interessante observar que Paris, então considerada moderna, mudou muito durante cem anos, com destaque para a basílica de Sacré-Couer, que estava sendo construída e hoje é um de seus principais cartões-postais. Porém, os artistas impressionistas, principalmente Monet, Renoir e Pissaro, buscam a luz natural de uma paisagem mais bucólica tanto no interior da França, como na Inglaterra. É o que aparece na sala “Fugir da Cidade”, onde está a badalada tela “Lde Bassin aux nymphèas: harmonie verte”, de 1899, em que Claude Monet pintou o pequeno jardim na casa dele, em Giverny. Outro convite ao deleite e à fuga da vida agitada, que aparece em “Convite à viagem” e “Na Bretanha”.

Há outros três aspectos que se sobressaem na exposição, muitíssimo bem organizada pelo curador Guy Cogeval, presidente dos museus d’Orsay e de l’Orangerie. O primeiro deles é o fato de como esses pintores impressionistas influenciavam uns aos outros – é o caso, por exemplo, da tela “La Salle de Danse à Arles”, em que Vincent Van Gogh se inspirou em Paul Gauguin. Outro aspecto muito interessante é notar de que modo foram influenciados e influenciaram célebres romancistas franceses como Victor Hugo, Honoré de Balzac e Émile Zola. O terceiro é mais técnico e também é facilmente perceptível – como a pintura foi caminhando, no início do século XX, cada vez mais para o predomínio do pontilhismo.

Portanto, a exposição “Impressionismo – Paris e Modernidade”, além de deleitar o espectador brasileiro com obras que até então só poderiam ser desfrutadas numa visita à França, é uma verdadeira aula de como um movimento artístico foi extremamente importante para retratar um momento em que a Europa se modernizava, na virada do século XIX para o XX e de como as artes já influenciavam umas as outras de modo definidor dos caminhos a serem trilhados.

Serviço
Exposição Impressionismo Paris e Modernidade. Até 7/10. De terça a quinta, das 10h às 22h; sexta, das 10h às 23h; e sábado e domingo, das 8h às 23h. Grátis
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – Rua Álvares Penteado, 112. Centro
T: (11) 3113-3651/52

[email protected]