Quem vai investigar as campanhas de Serra e Aécio?

Em 1998 houve o ‘mensalão’ tucano, na eleição de Eduardo Azeredo (PSDB/MG), denunciado como um esquema de caixa-2 de campanha, alimentado com desvio de dinheiro público das estatais mineiras. Em dezembro […]

Em 1998 houve o ‘mensalão’ tucano, na eleição de Eduardo Azeredo (PSDB/MG), denunciado como um esquema de caixa-2 de campanha, alimentado com desvio de dinheiro público das estatais mineiras. Em dezembro de 2009, os ministros do STF receberam a denúncia e abriram processo criminal contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de peculato e lavagem de dinheiro por participação no “mensalão tucano”.

De 2003 em diante, o mesmo esquema de caixa-2, com as mesmas agências de publicidade, foi infiltrado no PT, coisa admitida por todos os acusados, para pagar despesas dos partidos (porém, eles negam ter havido desvio de dinheiro público). Então fica a pergunta: E as eleições de 2002?

Marcos Valério e seus sócios ficaram hibernando entre 1999 e 2002? Não operaram caixa-2 para as campanhas tucanas de José Serra (PSDB/SP) à presidência em 2002, nem para a candidatura de Aécio Neves (PSDB/MG) a governador de Minas, no mesmo ano?

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a denúncia (baseada em laudos da Polícia Federal e em quebras de sigilo) sustenta que R$ 3,5 milhões, transferidos por estatais mineiras às agências de Marcos Valério para que promovessem eventos esportivos, foram desviados para a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB). Dos R$ 3,5 milhões pagos como patrocínio, somente R$ 200 mil em despesas com eventos teriam sido efetivamente comprovados por meio de notas fiscais.

Difícil acreditar que a base governista de FHC, naquela época, não tenha bebido dessa fonte, principlmente considerando a evidência dos fatos, pois os contratos das agências de publicidade envolvidas no ‘mensalão’ com o governo federal foram firmados durante o governo FHC. O Ministério Público Federal deve à nação brasileira tirar este esqueleto do armário, e desengavetar estas investigações que ficaram abafadas.

O mensalão do PSDB, ainda não tem previsão de quando será analisado. Com a demora, advogados e integrantes do MP admitem o risco de prescrição das penas em caso de condenação. Ao contrário do que ocorreu no processo  com o chamado “mensalão do PT”  no qual todos os réus serão julgados no STF, no caso do PSDB por enquanto apenas Azeredo terá a acusação analisada pela corte máxima. Os outros dez réus do processo serão julgados pela Justiça de Minas.