Política agrícola da Indonésia é exemplo de economia verde regional

Rio de Janeiro – A promoção de uma economia verde é baseada no contexto da erradicação da pobreza, vinculando as questões econômicas, sociais e ambientais, tornando-as assim os três pilares […]

Rio de Janeiro – A promoção de uma economia verde é baseada no contexto da erradicação da pobreza, vinculando as questões econômicas, sociais e ambientais, tornando-as assim os três pilares do desenvolvimento sustentável. Essa definição é levada em conta pelo governo da Indonésia, principalmente no que se refere a políticas agrícolas adotadas pelo presidente, Susilo Bambang Yudhoyono, presente hoje (21) na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

O país, que é predominantemente agrícola, adotou uma política de eliminação dos subsídios dos produtos, principalmente matérias-primas para biocombustíveis, com o objetivo de levar em consideração o poder aquisitivo de grande parte de sua população. Yudhoyono afirmou que com a incerteza no preço dos alimentos e do petróleo os países em desenvolvimento percebem que essa situação poderá ter impacto negativo no sentido de erradicar a pobreza. “Por isso vamos continuar com a política de subsídios para esses combustíveis, dando compensações aos mais pobres”, destacou o presidente, que também adotou outras medidas para conter a importação de alimentos e reduzir a competição com os produtos locais.

O controle do preço dos alimentos, principalmente do arroz, também é outra política adotada pelo país. “Estamos alocando mais recursos para estabilizar os preços dos alimentos este ano. Nosso objetivo é proteger a renda e o poder de compra de populações mais empobrecidas”, disse. A Indonésia defende que produtos associados à segurança alimentar, à sobrevivência dos agricultores de subsistência e importantes para o desenvolvimento rural deveriam contar com instrumentos de salvaguardas.

Ele citou também a decisão de desenvolver o empoderamento das atividades agrícolas, envolvendo o papel da mulher como o principal ator dessa medida. “Nós acreditamos que o papel da mulher na agricultura é uma peça chave para a segurança alimentar”, afirmou.

A ideia do debate intitulado “Economia verde e desenvolvimento sustentável: Perspectivas regionais” pelas comissões regionais econômicas ligadas à ONU é a interação de experiências distintas em diferentes partes do mundo para se alcançar traços mais verdes nas economias locais.

Outras experiências

A Costa Rica também apresentou suas políticas para um desenvolvimento mais sustentável. O ministro do Meio Ambiente, Energia e Comunicações, Teófilo de la Torre, afirmou que já há mais de 40 anos o país adota um conjunto abrangente de políticas precursoras deste desenvolvimento verde. “Vinte e cinco por cento de nossa área está sob proteção ambiental. Geramos 90% da energia que consumimos, com fontes renováveis, 98% da população tem água potável”, destacou.

O ministro afirmou que o governo da Costa Rica não tem dúvidas de que o bem-estar da população é a única saída para um pequeno país que cresça entre 4% e 5% anualmente sem ter de recorrer à extração irresponsável de suas riquezas naturais.