Final da Copa das Confederações

Contra campeões mundiais, Espanha de Del Bosque perde para Brasil de Dunga

La Roja tem uma série invicta de 29 partidas, mas, levando-se em conta jogos contra equipes com título mundial, como a seleção brasileira, a história muda um pouco

EFE/Felipe Trueba

Técnico campeão da Euro e da Copa do Mundo, Vicente Del Bosque defende série invicta de 29 partidas oficiais

A final entre Espanha e Brasil é especial não somente pelo momento das duas, mas por ser um confronto entre equipes que já conquistaram títulos mundiais. Atual campeã do mundo e bi da Eurocopa, a Espanha ostenta, antes da final da Copa das Confederações, uma série invicta invejável de 29 jogos em competições oficiais. O último revés aconteceu na Copa de 2010, uma derrota para a Suíça por 1 a 0. Desde então, o time de Vicente Del Bosque não sabe o que é perder.

Na lista de jogos estão muitas seleções que têm pouca tradição no futebol. Honduras, adversário do Mundial; Liechtenstein e Lituânia, rivais das eliminatórias da Euro 2012; além de Bielorrúsia, Geórgia e Finlândia, do grupo das eliminatórias da Copa de 2014. Mas se levarmos em conta equipes campeãa mundiais, tipo de confronto que era uma preocupação para a seleção brasileira até a vitória contra o time misto da França, o desempenho espanhol mostra um aproveitamento de 71,4%, com quatro vitórias – contra Alemanha, Itália, França e Uruguai – e três empates, contra a Itália, duas vezes, e França.

No entanto, se incluirmos os amistosos, a Espanha foi derrotada pela Argentina em setembro de 2010, por 4 a 1, também perdeu para a Itália, em agosto de 2011, e para a Inglaterra, em novembro do mesmo ano. Jogou contra outro campeão do mundo, o Uruguai, em amistoso disputado em Doha, em fevereiro, e venceu.

Somados esses amistosos aos jogos oficiais contra campeões do mundo disputados desde a Copa de 2010, o cartel da Espanha piora um pouco. São cinco vitórias, três empates e quatro derrotas, um aproveitamento de 50%. E, boa notícia para o Brasil, os revezes dos europeus foram jogando fora de casa.

Desempenho dos técnicos

Vicente Del Bosque assumiu o comando de La Roja em julho de 2008, logo após Luis Aragonés vencer a Euro daquele ano. Além dos confrontos listados acima, a seleção, sob o comando do treinador, venceu a Inglaterra em janeiro de 2009, a Argentina em novembro do mesmo ano, e a França em janeiro de 2010, levando-se em conta apenas os jogos disputados contra campeões mundiais. Ou seja, o aproveitamento do técnico é de 60% contra equipes campeãs, com oito vitórias, três empates e quatro derrotas.

Não é algo desprezível dado o nível dos adversários. Ainda mais comparando-se com o Brasil dos últimos anos. Com Felipão, a seleção saiu de um período de mais de três anos sem vitórias contra campeões mundiais, com o triunfo sobre a França. Mas, desde 2010, o histórico é pouco animador. Foram três vitórias, contra França, Itália e Uruguai; dois empates, com Inglaterra e Itália, e quatro derrotas, contra Inglaterra, Argentina, França e Alemanha. Separando por técnicos, Felipão, em seis partidas, conseguiu três vitórias, dois empates e uma derrota, um aproveitamento de 61%. Já com Mano Menezes no comando, o Brasil perdeu para a Argentina, em Doha, para a França e para a Alemanha (não computados os jogos entre brasileiros e argentinos nos quais ambos não podiam convocar atletas que jogassem no exterior e nem a partida em que a seleção atuou com seu time pré-olímpico). Nem precisa de calculadora para definir seu índice de aproveitamento…

Os dados acabam remetendo ao último técnico que treinou a seleção em Copa do Mundo. Dunga, atual treinador do Internacional, enfrentou, como treinador da seleção, equipes campeãs mundiais em 11 ocasiões e seu currículo dá inveja a Del Bosque. São oito vitórias e três empates, incríveis 81% de aproveitamento. O Brasil sob seu comando venceu a Argentina três vezes e empatou outra; bateu duas vezes o Uruguai, empatando uma; venceu e empatou com a Inglaterra e superou a Itália em duas ocasiões. A gente era feliz e não sabia?