Caso Bancoop: senadores cumprem estratégia definida pelo Millenium

Tentativa de minar a candidatura do PT nas eleições teve novo episódio no Senado, com as já conhecidas misturas de fatos já fartamente explorados - sem sucesso - pela grande mídia

Brasília – Apenas um dos três convidados participou da sessão no Senado em que se discutiria os problemas financeiros da Bancoop nesta terça-feira (30). O promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo justificou sua ausência por motivos pessoais. O doleiro Lúcio Bolonha Funaro, sequer deu explicações para a ausência.

Já o o ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários, João Vaccari Neto, respondeu a questionamentos por mais de quatro horas e negou qualquer superfaturamento na Bancoop, bem como todas as acusações sobre a suposta gestão da cooperativa com fins partidários.

O que ficou evidente durante o depoimento de Vaccari foi a tentativa de associação do caso Bancoop com as eleições deste ano. A todo momento, senadores da oposição tentavam misturar temas como mensalão, ‘aloprados’, José Dirceu ou Bancoop e associá-los entre si. A linha de partida eram as duas capas da revista Veja contra o atual tesoureito do PT. Durante todo o interrogatório o texto da revista foi lido, mesmo após desmentidos, como do Ministério Público.

O discurso traçado pela oposição foi o mesmo adotado no seminário do Instituto Millenium, que deixou claro como alguns veículos da grande imprensa articulam contra a candidatura do PT às eleições.

Mas em alguns momentos, a própria sessão virou piada, com senadores confundindo Bancoop com Bancoc, cidade na Tailândia, ou citando o escritor Inácio Loyola Brandão como marido de uma das cooperadas.

O cenário ficou tão evidente que o senador Tasso Jeireissati (PSDB-CE) chegou a defender a revista Veja e outros veículos de comunicação dizendo: “Não existe nenhuma conspiração da Veja.”

Sobre a Bancoop, Vaccari, após uma exposição com números da cooperativa, deixou claro que há problemas financeiros e de gestão, mas que em nenhum momento houve superfaturamento de obras ou contribuições a partidos políticos.

“Quando cheguei à Bancoop, minha primeira providência foi pedir uma auditoria. Pelos nossos estudos, mesmo com as cobranças extras, os imóveis ficaram com os preços abaixo do mercado”, disse Vaccari.

O ex-presidente também disse que por um acordo com o Ministério Público não pode lançar novos empreendimentos, um desejo de toda a diretoria da entidade.