Diferença entre o poder de Bolsonaro e a autoridade de Lula está no caráter e na história
Bolsonaro tem poder, mas cada vez menos autoridade. Lula não está no poder, mas tem cada vez mais autoridade, erguida com história, superação e caráter
Publicado 20/11/2021 - 14h40
Autoridade… que diferença! A diferença entre poder e autoridade (por exemplo, como o de Bolsonaro e a de Lula) é um dos mistérios do relacionamento humano. A sociedade, muitas vezes, confunde esses dois valores julgando-os como uma e a mesma coisa; daí a busca desenfreada pelo poder, na busca, de fato, por autoridade.
A sociedade, nessa confusão, acaba por entender que dinheiro, poder político, poder bélico e fama conferem autoridade. Ledo engano! Autoridade vem da história, do caráter, da sabedoria, do reconhecimento do outro, da realização comprovada. Essa é a diferença que se nota, de forma contundente, entre o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
Bolsonaro tem poder. É inconteste, pois foi eleito, é o presidente da República: tem poder político, tem poder econômico. Além disso, ao seu jeito, é famoso, sendo, inclusive, tido como cabeça de um movimento que leva o seu nome. Porém, cada vez mais fica demonstrada sua perda de autoridade, se é que um dia a tenha tido para além da formalidade legal.
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Acusado de genocida; pego em várias mentiras, ditas até em momentos oficiais, no país e no exterior; sua história de mandatos, seja como deputado federal, seja como presidente da República, é a pior possível; seu caráter está sob juízo o tempo todo, e tudo leva a duvidar de suas palavras e promessas. Um homem que, apesar de todo poder, usado, inclusive, sob suspeição de discricionariedade, sob aparente arrepio da lei, demonstra ter cada vez menos autoridade.
Basta perceber a reação de representantes de nações, até de longa data aliadas do Brasil, que dele se afastam, isolando-o, relegando-o a atividades menores, com exceção das exigidas pelo protocolo, deixando claro o total descrédito que lhe é atribuído.
O ex-presidente Lula tem uma trajetória diferente: sem poder, sem dinheiro por muito tempo, feito preso político por 580 dias, caluniado à exaustão, é cada vez mais ouvido, requerido e admirado por autoridades do mundo.
Na Europa, Lula tentou resgatar credibilidade internacional do Brasil. Discutiu questões ambientais, combate a pobreza, democracia e direitos trabalhistas e sociais
Em seu último périplo pela Europa foi tratado como estadista pelo parlamento europeu, recebido pelo presidente francês e pelo provável primeiro ministro alemão, dando aula magna em renomada instituição francesa e celebrado como o político de maior destaque no mundo.
Seu caráter e história superaram todas as tentativas de destruir a sua imagem e de negar os seus feitos como o Presidente mais bem-sucedido nos últimos 40 anos da história republicana brasileira.
Lula ainda não tem poder, mas tem cada vez mais autoridade!
Tomara que a próxima eleição majoritária mude isso, pois, não há maior sabedoria do que outorgar poder a quem tem cada vez mais reconhecida autoridade.
Ariovaldo Ramos é coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito e apresenta o programa Daqui pra Frente, às quartas, 20h, na TVT
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