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Para crise hídrica, ativista defende recuperar mananciais e combater perda

Samuel Barreto, da ONG Conservação da Natureza (TNC), diz que além da defasagem das estruturas da Sabesp, as áreas florestais no entorno do Sistema Cantareira foram desmatadas

fotos públicas

O Sistema Cantareira opera com 3% de sua capacidade hídrica

São Paulo – Samuel Barreto, da ONG Conservação da Natureza (TNC), afirma que a solução da crise hídrica de São Paulo está em mudar tanto a gestão de demanda, quanto melhorar a oferta do recurso. “Não basta buscar outros mananciais, é preciso recuperá-los, combater a perda de água, reformular o conceito das unidades de medida de água”, disse hoje (23) à Rádio Brasil Atual.

Barreto indica que é preciso implementar uma logística de reutilização da água. “É preciso ampliar e colocar outras medidas de contenção, de controle de consumo e, até mesmo, de proibir usos abusivos, porque a situação é crítica, é uma situação muito séria. Então, cada gota vai fazer a diferença, ainda mais em uma região que 85% do consumo é domestico”, disse.

O especialista afirmou que, além da defasagem das estruturas da Sabesp, as áreas florestais no entorno do Sistema Cantareira foram desmatadas, tanto para a construção do Rodoanel, quanto para empreendimentos imobiliários. “Na medida em que você está removendo a cobertura florestal, tornando o solo mais exposto, provocando erosão, assoreamento, perda de capacidade de infiltração da água no solo, você está comprometendo todo um sistema”, afirma.

O estado de São Paulo vive a pior escassez de água da história. O Sistema Cantareira, que abastece 9,5 milhões de habitantes da região metropolitana da capital, opera com 3% de capacidade. Essa situação passou a comprometer outros sistemas, como é o caso do Alto Tiete, responsável pelo fornecimento para 4 milhões de pessoas e que opera com 8% de suas reservas hídricas.

Levantamento do Datafolha, divulgado no último dia 20, indica que 60% dos moradores da cidade de São Paulo sofreram com a falta de água nos últimos 30 dias. A Sabesp chegou ao ponto de utilizar a segunda cota do volume morto dos reservatórios do Cantareira, mesmo sem o aval da Agência Nacional de Águas (ANA).

Ouça a reportagem completa realizada pela Rádio Brasil Atual: