Deputados petistas mostram-se contrariados com posição da bancada a favor da mudança no Código Florestal

PT acatou recomendação do governo, apesar de vários parlamentares serem contra acordo de líderes

São Paulo – Deputados federais petistas mostram-se contrariados diante da decisão da bancada, por orientação da liderança do governo na Câmara dos Deputados, de apoiar o acordo de líderes para levar a votação o novo Código Florestal ainda nesta terça-feira (24). Mesmo sem consenso, a orientação do Palácio do Planalto foi por garantir a votação, apoiar o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e contra a Emenda 164.

Pelo menos dois deputados do PT confirmaram que eram contrários à decisão de acatar a fórmula apresentada pelo líder do governo na Casa, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Na reunião da bancada do PT para decidir a posição, vários deputados defenderam o voto contrário ao novo Código Florestal, mas a posição não foi levada em conta.

O deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), afirmou que é contra dar seu voto a favor do Código. “Desde o começo, essa foi a minha posição. Em momento algum eu falei que votaria favorável nas condições que o texto está”, enfatizou o deputado. No Twitter, porém, ele deixou claro que, por ser um “homem de partido”, vai seguir a orientação da legenda.

Dr. Rosinha (PT-PR) também manifestou posição semelhante durante a reunião da bancada. Ele não confirmou se vai ou não votar contra a orientação.

Entraves

As principais preocupações do governo dizem respeito à possibilidade de anistia a desmatadores – em áreas devastadas antes de 2008 – e à autonomia a estados para definir leis regionais para áreas florestais. A Emenda 164, dos deputados Paulo Piau (PMDB-MG), Homero Pereira (PR-MT), Valdir Colatto (PMDB-SC) e Darcísio Perondi (PMDB-RS), dá aos estados o poder de estabelecer atividades que possam justificar a regularização de áreas desmatadas.