Lula e Sarkozy pedem avanços contra aquecimento global

Presidente Lula durante encontro com o presidente francês, Nicolas Sarkozy (Foto: Ricardo Stuckert/PR) Paris- Os líderes da França e do Brasil juntaram forças neste sábado (14) para pressionar os Estados […]

Presidente Lula durante encontro com o presidente francês, Nicolas Sarkozy (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Paris- Os líderes da França e do Brasil juntaram forças neste sábado (14) para pressionar os Estados Unidos e a China a fazerem concessões significativas no encontro sobre mudanças climáticas no mês que vem em Copenhague.

Em documento conjunto, os presidentes Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva pediram que até 2050 os países industrializados reduzam as emissões de gases causadores do efeito estufa em pelo menos 80% ante os níveis da década de 1990.

Eles pediram que os países emergentes procurem formas de crescimento com baixa emissão de carbono, com ajuda financeira dos países ricos, e que tomem medidas para reduzir o ritmo no qual crescem as emissões até 2050.

Dizendo que o documento assinado com Sarkozy é “mais que uma declaração de intenções, é uma bíblia climática”, Lula disse a jornalistas que os Estados Unidos e a China precisam mostrar mais coragem em aceitar compromissos em Copenhague.

“Não tenho dúvidas de que nossos amigos norte-americanos e chineses aceitarão suas responsabilidades”, afirmou Sarkozy em entrevista coletiva conjunta.

Logo antes do encontro em Paris, o Brasil comprometeu-se a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa entre 36,1% e 38,9%, principalmente através do controle do desmatamento da região amazônica.

Os dois presidentes tentarão angariar mais apoio para a iniciativa antes do encontro de Copenhague.

Responsabilidades

O presidente dos EUA, Barack Obama, e o líder chinês Hu Jintao, cujos países são os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa, devem encontrar-se na semana que vem para buscar um ponto comum na questão das mudanças climáticas.

Mas, à medida que se aproxima o prazo final para o encontro sobre mudanças climáticas em Copenhague, Sarkozy e Lula disseram que os líderes da China e dos EUA não podem fazer as decisões entre eles a portas fechadas.

“Não podemos permitir que os presidentes Obama e Hu Jintao celebrem um acordo que só leva em conta as realidades econômicas de seus dois países”, destacou Lula.

Ele disse também que ligaria para Obama para discutir a iniciativa franco-brasileira como parte de uma ofensiva diplomática na qual ele e Sarkozy tentarão angariar apoio antes da conferência em Copenhague, que acontece do dia 7 ao dia 18 de dezembro.

Já Sarkozy disse que não aceitaria um acordo “mínimo” em Copenhague e que insistiria em conseguir compromissos firmes dos maiores emissores de gases causadores do efeito estufa do mundo.

“Vocês conhecem a amizade que a França tem com os Estados Unidos e a confiança que tenho no presidente Obama, mas a economia que mais emite carbono no mundo tem de enfrentar suas responsabilidades”, disse ele.

Aproximadamente 190 países vão encontrar-se em Copenhague, mas as negociações até agora avançaram pouco por causa de desavenças entre países ricos e pobres. Por isso, diminuíram as esperanças de que uma plataforma com valor legal seja criada para evitar os níveis perigosos de aquecimento global dos quais cientistas dizem que podem causar o aumento do nível do mar, mais secas, ondas de calor e enchentes.

Sarkozy, que discutirá a iniciativa com a chanceler alemã, Angela Merkel, na quinta-feira (19), disse que espera viajar ao Brasil e à África para promover suas ideias sobre o assunto.

Fonte: Reuters

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