São Paulo – Para a arquiteta e urbanista Marussia Whately, especialista em recursos hídricos, o quadro de falta de água deve ir muito além das situações de crises de abastecimento, como a vivida pela cidade de São Paulo no ano passado, e passa pela necessidade de se construir uma nova forma utilização desses recursos, considerando a água como um direito, e não uma mercadoria.

Marussia e a jornalista Maura Campanili são autoras do livro O Século da Escassez – Uma nova cultura de cuidado com a água: impasses e desafios, que pretende oferecer um panorama sobre a utilização dos recursos hídricos, no Brasil e no mundo.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Marussia, que também é uma das idealizadoras do coletivo Aliança pela Água, afirma que o século 20, chamado por alguns autores de século de ouro do acesso à água, deixou legado negativo de superexploração, poluição e desperdício que obriga mudança de conduta para um uso mais racional desse recurso insubstituível.

A especialista afirma que não só a população mundial continua crescendo, assim como a poluição, como o século 21 também deve assistir a intensificação de agentes climáticos extremos, que deve acarretar escassez em diversas regiões, combinados com inundações em outras, e que todo esse conjunto pode levar, inclusive, ao aumento das tensões geopolíticas em áreas como a Síria, por exemplo.

Como saídas, as autoras apontam três caminhos essenciais para mudar a maneira como nos relacionamos com a água: encarar o acesso aos recursos hídricos como um direito humano, conforme estabelecido pela Organização das Nações Unidas; estabelecer responsabilidades compartilhadas entre todas as esferas de governo e preservar os ecossistemas responsáveis pela recuperação da água.

O lançamento do livro O Século da Escassez – Uma nova cultura de cuidado com a água: impasses e desafios será hoje (16), a partir das 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, que fica na Avenida Paulista, 2.073, região central de São Paulo.

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