Fabricantes de ferro no Maranhão se comprometem com o desmatamento zero

São Paulo – A indústria de ferro-gusa do Maranhão assinou, hoje (2), um compromisso público pelo desmatamento zero em sua cadeia de produção. Pelo acordo, as empresas têm dois anos […]

São Paulo – A indústria de ferro-gusa do Maranhão assinou, hoje (2), um compromisso público pelo desmatamento zero em sua cadeia de produção. Pelo acordo, as empresas têm dois anos para implementar um sistema de monitoramento que assegure que nenhum de seus fornecedores produza carvão com madeira de floresta nativa ou faça o desmate para plantar eucaliptos que são transformados em carvão.

Representante do Sindicato das Indústrias de Ferro-Gusa do Maranhão (Sifema), Marcos Souza, se reuniu com o vice-governador do estado, Washington Oliveira e com o diretor da campanha de Amazônia da ONG Greenpeace, Paulo Adario, para assinar o documento. No acordo inédito, as siderúrgicas também se comprometem a quebrar contratos com carvoarias que exploram mão de obra análoga à de escravo ou que usam madeira de áreas protegidas.

“A assinatura desse termo por todas as guseiras do Maranhão é um avanço importantíssimo. A falta de governança na região de Carajás, onde o ferro gusa é largamente produzido, é gritante. Mas esse é só o primeiro passo de um longo processo que vamos acompanhar de perto”, afirmou Paulo Adario.

Um estudo do Greenpeace divulgado em maio mostrou que carvoarias que alimentam siderúrgicas do Pará e do Maranhão têm envolvimento com extração ilegal de madeira, trabalho análogo ao escravo e invasão de terras indígenas e unidades de conservação. Ativistas da organização bloquearam por dez dias um navio cargueiro que receberia ferro gusa produzido de maneira irregular.

Principal matéria-prima do aço, o minério de ferro é transformado em ferro-gusa em fornos alimentados por carvão vegetal. O ferro-gusa brasileiro é exportado, principalmente, para a indústria automobilística dos Estados Unidos.

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