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Com Lula à frente, Cúpula da Amazônia buscará unificar ações de preservação da floresta

Segundo o presidente Lula, encontro em Belém, em agosto, deve aprovar uma agenda comum entre oito países para a defesa da região com o combate ao desmatamento e a queimadas

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
O principal objetivo dessa ação é destacar a transformação das políticas ambientais do país após anos de descaso durante o governo Jair Bolsonaro (PL)

São Paulo – Em entrevista ao programa “Conversa com o Presidente” hoje (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância da Cúpula da Amazônia, que ocorrerá nos dias 8 e 9 de agosto, na cidade de Belém, Pará. O encontro reunirá representantes dos oito países sul-americanos que compartilham a floresta amazônica – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – bem como do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia, países que possuem vastas reservas de florestas tropicais.

O evento proporcionará uma oportunidade única para que os líderes dessas nações negociem conjuntamente questões relacionadas ao clima, em preparação para o encontro climático previsto para o final do ano. Lula destacou que esta será a primeira Cúpula realizada em cerca de 45 anos, desde a assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica em julho de 1978. “É a primeira reunião que eu vou fazer com os países da Amazônia para tomar uma decisão única, para tentar discutir seriamente”, afirmou o presidente.

Parcerias

Além disso, o presidente mencionou a visita do administrador da NASA, Bill Nelson, que ofereceu ao Brasil uma parceria para monitorar a Amazônia através de três novos satélites. Lula expressou sua receptividade a qualquer forma de apoio para evitar queimadas e desmatamento na região. “Eu falei que qualquer ajuda é bem-vinda aqui. O que queremos é evitar que haja queimadas na Amazônia e desmatamento”, ressaltou o líder brasileiro.

“Eu agora, dias 8 e 9, tenho o grande encontro dos países amazônicos em Belém. Esse encontro é importante porque vai balizar a discussão que será levada à COP-28, no final do ano, nos Emirados Árabes”, explicou Lula. “O que queremos é dizer ao mundo o que vamos fazer com as nossas florestas e o que o mundo tem que fazer para nos ajudar, porque prometeram 100 bilhões de dólares em 2009 e até hoje não saiu”, completou.

Mais compromissos

Durante a conversa franca com o jornalista Marcos Uchôa, da EBC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou detalhes sobre seus próximos compromissos internacionais. Dentre os destaques, Lula mencionou uma série de importantes eventos que estão agendados para os próximos meses.

Após participar da Cúpula da Amazônia em agosto, o líder brasileiro seguirá para o Paraguai, onde prestigiará a posse do presidente Sebastián Peña. Em seguida, é esperado sua presença nas Cúpulas dos BRICS, que se realizará na África do Sul, e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que ocorrerá em São Tomé e Príncipe.

O mês de setembro reserva ainda mais atividades de grande relevância para Lula. Ele participará da Cúpula do G20, na Índia, onde o Brasil assumirá a presidência temporária do bloco para o ano de 2024. Posteriormente, em novembro, marcará presença na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, onde terá a oportunidade de fazer o discurso de abertura.

Um dos momentos mais marcantes da entrevista foi quando Lula compartilhou que recebeu um convite pessoal do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O convite é para que o presidente brasileiro lance uma importante iniciativa voltada à geração de empregos, logo após a reunião da Assembleia Geral da ONU. Essa proposta ressalta o protagonismo de Lula em questões globais e a relevância do Brasil no cenário internacional.

A agenda repleta de compromissos internacionais destaca o papel de Lula como um líder global, evidencia a importância de suas ações e influência nas discussões e decisões que afetam não apenas o Brasil, mas todo o mundo.