Greenpeace suspende bloqueio de carregamento de ferro-gusa no Maranhão

Produção do minério teria indícios de trabalho escravo e desmatamento; ativistas esperam que audiência pública hoje (24) defina ação contra fabricação irregular de carvão vegetal

Ativistas revezaram-se no bloqueio da âncora do navio durante 10 dias (Foto: ©Greenpeace/Marizilda Cruppe)

São Paulo – Após dez dias bloqueando a âncora de um cargueiro para impedir que fosse carregado com ferro-gusa no porto de Itaqui, em São Luís, no Maranhão, ativistas do Greenpeace suspenderam o protesto hoje (24). Eles esperam que, após uma audiência pública realizada também hoje em Brasília, respostas positivas acerca da reivindicação sejam dadas. A ONG denuncia que a fabricação de carvão vegetal na região está associada à extração ilegal de madeira, uso de trabalho escravo e invasão de terras indígenas.

“Estamos dando tempo para que as autoridades e a indústria possam agir. Mas vamos continuar por aqui à espera de resultados concretos. Exigimos que providências sejam tomadas por parte das empresas que consomem carvão vegetal da Amazônia para produzir ferro-gusa. Elas precisam ter um sistema de rastreamento de fornecedores para garantir que carvoarias que cometem crimes ambientais e trabalhistas fiquem de fora de sua cadeia de produção”, disse Paulo Adário, do Greenpeace.

Na semana passada, o Greenpeace protocolou uma denúncia no Ministério Público Federal do Maranhão, que vai abrir investigação sobre os indícios apontados. A organização não governamental vinha pesquisando há mais de dois anos a situação da cadeia produtiva ligada ao setor.

Principal matéria-prima do aço, o minério de ferro é transformado em ferro gusa em fornos alimentados por carvão vegetal. O ferro-gusa brasileiro é exportado, principalmente, para a indústria automobilística dos Estados Unidos.

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