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Após mais de uma década, açudes sangram no Ceará; ao todo são 52

Acumulado total dos 157 reservatórios monitorados está próximo de atingir 50% de sua capacidade. E assim superar o acumulado de 2023, que alcançou 51% das reservas hídricas. Há festa em muitos municípios

Cogerh/Reprodução
Cogerh/Reprodução
Os açudes são considerados fundamentais para que os rios não sequem totalmente nos períodos mais secos do ano

São Paulo – A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), orgão do governo do Ceará, divulgou nesta quarta-feira (10) que o estado tem 52 açudes sangrando. O atual regime de chuvas na região garantiu que parte deles chegassem ao maior nível de reserva pela primeira vez após mais de uma década. É o caso, por exemplo, do Açude Umari. Construído em 2011, o reservatório localizado na cidade de Madalena, no interior do estado, sangrou e, desde então, tem sido um atrativo para moradores e visitantes do município do sertão de Canindé. 

Até essa semana, a reserva hídrica nunca tinha atingido sua capacidade máxima de 30 milhões de metros cúbicos. O registro histórico também se repetiu nas cidades de Morada Nova, com capacidade de 52 milhões de metros cúbicos, nos municípios de Catunda, Umirim e Santa Quitéria.

Conforme informações do Cogerh desta quarta (10), os últimos dois reservatórios que atingiram 100% de sua capacidade foram o Araras, em Varjota, e Mundaú, em Uruburetama. Ambos estão localizados na região Norte. Em geral, 16 reservatórios estão com mais de 90% de sua capacidade total. O acumulado total dos 157 reservatórios monitorados pela Cogerh está próximo de atingir 50% de sua capacidade. Caso isso ocorra, pode superar o acumulado de 2023, que alcançou 51% das reservas hídricas.

Festa no sertão

O estado tem atualmente um aporte total de 9 bilhões de metros cúbicos aos reservatórios em 2024. Os açudes são considerados fundamentais para que os rios não sequem totalmente nos períodos mais secos do ano. “Estamos nos aproximando dos números do ano passado, faltando um mês e meio para o fim da quadra chuvosa”, comparou diretor de operações da Cogerh, Tércio Tavares, em entrevista ao g1.

No entanto, apesar dos volumes registrados nas bacias ao norte do Ceará, a região hidrográfica dos Sertões de Crateús segue em “alerta”, com pouco mais de 20% de reservas hídricas e alguns açudes secos. Outros 31 açudes continuam com reservas menores que 30%, sendo a maioria um pouco mais ao sul, no Alto e no Médio Rio Jaguaribe e no Rio Banabuiú.

A sangria dos açudes vem gerando repercussão nas cidades. Nas redes sociais, a Prefeitura de Madalena, por exemplo, anunciou que “está disponibilizando diariamente ônibus para que a população visite o Umari”. Em publicação, o município afirmou: “Pela primeira vez desde sua inauguração, o nosso açude Umari sangrou! E isso é motivo de muita festa para nossa cidade, é a água para o abastecimento da nossa população, e uma grande riqueza para nosso turismo”.

Redação: Clara Assunção com informações do g1 e do Diário do Nordeste