Presidente da CUT: ‘Não há desenvolvimento sustentável com restrição e arrocho’

São Paulo – O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que a entidade vai defender na próxima semana durante a Cúpula dos Povos que a transição para o desenvolvimento sustentável […]

São Paulo – O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que a entidade vai defender na próxima semana durante a Cúpula dos Povos que a transição para o desenvolvimento sustentável só pode ocorrer se estiver conectada a uma economia comprometida com a proteção social e o trabalho decente.  “Não vamos criar um modelo de desenvolvimento sustentável se continuarmos seguindo as orientações do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Mundial e dos neoliberais, que um dia também governaram o Brasil com o senhor Fernando Henrique Cardoso, e que pregavam o lema da restrição e do arrocho, afetando os trabalhadores e aqueles que mais precisam de proteção social.”

Durante debate no Rio de Janeiro antecipando a Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, Artur enfatizou que uma economia menos poluente deverá levar em conta as necessidades dos trabalhadores. “Temos de fortalecer a negociação coletiva e a liberdade e a autonomia sindical ao redor do mundo e não podemos aceitar o assassinato de sindicalistas como na Colômbia e Guatemala. Assim como não podemos aceitar que governos e líderes empresariais pressionem os trabalhadores para que não se filiem aos sindicatos ou permitir que esses mesmo patrões criem instituições de fachada apenas para negociar mais facilmente”, alertou.

O presidente da CUT defendeu ainda que sejam aplicadas taxações severas sobre as transações financeiras para desestimular a especulação e garantir que os recursos sejam destinados a investimentos que visem a um modelo de produção e de consumo mais responsável. Para o dirigente, devem ser fixadas metas para o desenvolvimento sustentável que resultem em punições para os países que as descumprirem. “Não temos de dizer que um outro mundo é possível, mas sim necessário.”