Líder do PT rebate procuradores da Lava Jato e diz que ninguém está acima da lei
'Ou cometeram ilícitos ou pretendem cometer e não querem ser submetidos às sanções previstas', afirmou o deputado Afonso Florence
Publicado 01/12/2016 - 12h17
São Paulo – Após os procuradores da Operação Lava Jato ameaçarem renunciar aos seus cargos caso a proposta que prevê responsabilização de juízes e de membros do Ministério Público (MP) por crimes de abuso de autoridade, que foi aprovada ontem (30) pela Câmara, seja sancionada, o líder do PT na Casa, Afonso Florence (BA), criticou a tentativa de chantagem e ressaltou que ninguém está acima da lei.
“Não dá para querer chantagear a opinião pública. Nós somos os legisladores, eles (os procuradores) usam os instrumentos aprovados no Congresso e sancionados pelo presidente da República”, afirmou Florence.
Segundo o líder , a bancada do PT, mesmo não tendo apresentado a matéria, votou a favor porque “a todos cabe responsabilidade, de acordo com suas atribuições” e a lei. Uma das medidas aprovadas prevê punição se houver motivação político-partidária na atuações de membros do Judiciário e do MP.
Para o deputado, as ameaças dos integrantes da Lava Jato podem esconder motivações pessoais. “Ou cometeram ilícitos ou pretendem cometer e não querem ser submetidos às sanções previstas, porque o que foi aprovado é para ser aplicado em juiz e promotor que fugiram à regra da lei e cometeram ilícito. O debate tem que ser feito de forma explícita, as regras são aí para serem respeitadas. Ninguém pode ter privilégio e ser isento de investigação e de responsabilização.”
Florence citou como exemplo de ilegalidade cometida por membros da Lava Jato divulgação da gravação ilegal da conversa da então presidenta da República, Dilma Rousseff, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no começo do ano.