Servidores da saúde em SP querem prioridade para negociação salarial
Secretário estadual recebeu representantes do sindicato, mas só aceita discussão do plano de carreira
Publicado 29/04/2011 - 15h53
São Paulo – Servidores públicos da Saúde de São Paulo reuniram-se em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Saúde nesta sexta-feira (29) para iniciar as atividades da campanha salarial de 2011. Uma comissão do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) foi recebida pelo secretário Giovanni Cerri, mas a disposição do governo estadual é negociar apenas plano de carreira, e não aumento de salário.
O presidente do SindSaúde, Benedito Augusto de Oliveira, disse que a entidade rechaçou o desinteresse do secretário em iniciar uma discussão sobre reajustes. “Nós não estamos discutindo a relação de carreira, queremos falar é do salário. Sem essa conversa não vai dar”, afirmou. Segundo ele, Cerri se comprometeu somente a abrir negociações sobre o plano de carreira e declarou que irá “olhar no orçamento público” para se posicionar sobre o aumento.
“Não é possível um governo milionário como o de São Paulo pagar os atuais salários para trabalhadores, como policiais e servidores da saúde”, criticou. “A negociação está aberta e vamos ter de voltar aqui na próxima vez com o dobro de força”, completou. Sobre os incentivos salariais, como as premiações, Oliveira declarou preferir negociação sobre os salários. “Vamos discutir os prêmios, mas antes queremos propostas concretas para o que estamos pedindo.”
Para o diretor do SindSaúde Emerson Trindade, os próximos passos para a campanha envolvem aumentar a pressão. Caso o sindicato não obtenha uma contraproposta salarial efetiva, pode ser convocada assembleia geral para discutir a adoção de estado de greve. “A gente vem negociando, mas até agora não tem respostas. Já passou da data-base (em 1º de março) e para nós agora chega.”
A falta de diálogo da Secretaria da Saúde com os servidores resultou em clima de insatisfação geral. Alessandro Neri, diretor da regional da SindSaúde de Lins, criticou o governo em seu discurso. “Calados não vamos ficar. Estamos mais uma vez aqui para mostrar isso. O governo que está há mais de 30 anos e não faz nada e quer enrolar os trabalhadores. O secretário da Saúde até agora não tinha recebido o sindicato.”
Segundo a Polícia Militar, a mobilização reuniu 200 pessoas, que levaram faixas e bandeiras com palavras de ordem sobre a luta salarial. Na pauta de reivindicações, está aumento real de 26%, incorporações das gratificações ao salário-base, redefinição para o prêmio de incentivo e a extinção da política de bônus por desempenho.