Ex-presidente da Sanasa acusou primeira-dama de Campinas de chefiar esquema de corrupção

Foi decretada a prisão de Rosely Nassim, ela está foragida

Rosely Nassim estava sob proteção de um habeas corpus, que caiu nesta sexta-feira (Foto: Lemes Simões\ Folhapress)

São Paulo – Foi decretada, nesta sexta-feira (10), a prisão da primeira-dama de Campinas (SP) Rosely Nassim Santos. A denúncia foi feita pelo Ministério Público a partir de depoimento por do ex-presidente da Sanasa – empresa municipal de tratamento de água e esgoto – Luiz Augusto Castrillon de Aquino. O juiz da 3ª vara criminal da Comarca de Campinas acatou a denúncia e decretou a prisão de Rosely. Até a tarde desta sexta, Rosely estava foragida.

A prisão é um novo capítulo das investigações sobre um esquema de corrupção na cidade paulista, a 91 quilômetros da capital. Além da primeira-dama, que também era chefe de gabinete do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), foram presos o ex-secretário de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto, e o ex-diretor comercial da Sanasa, Marcelo de Figueiredo. O vice-prefeito Demétrio Vilagra teve a prisão novamente decretada e está foragido.

No início de maio, Vilagra chegou a ficar preso em meio à investigação, embora negue envolvimento. A defesa da primeira-dama também rechaça as acusações. O prefeito Dr. Hélio chegou a acusar os promotores responsáveis de perseguição.

A Rede Brasil Atual teve acesso à decisão judicial, na qual consta detalhes do depoimento de Aquino. Segundo depoimento, Rosely era a “chefe da quadrilha que perpetra corrupção, fraudes licitatória e outros crimes”. Ela estava sob proteção de um habeas corpus preventivo, derrubado nesta sexta e possibilitando a prisão.

O documento ainda cita outros envolvidos no esquema, incluindo o ex-prefeito de Corumbá (MS) e ex-diretor de Planejamento da prefeitura, Ricardo Chimirri Cândia, apontado como responsável por guardar as somas recebidas por Rosely. Cândia declarou à imprensa de Campinas que as acusações de Aquino são mentirosas e fruto de represália por ele apoiar outro grupo na sucessão do prefeito Dr. Hélio.

No inquérito do Ministério público não há menção que incrimine o prefeito de Campinas, Dr. Hélio. Por ter foro privilegiado diante da acusação, Dr. Hélio não pode ser julgado na mesma instância. Uma eventual menção a seu nome poderia impedir a investigação dos outros denunciados.
De acordo com membros da direção do PT de Campinas, embora parte do militantes petistas prefiram abandonar de vez o governo, há lideranças interessadas em cargos que ficariam vagos