Para Sócrates, filme de Lula é Corinthians do começo ao fim

Jogador afirma que “Lula, o filho do Brasil” é retrato de um país que está deixando de existir e que presidente será mito no exterior, mas não terá devido reconhecimento em âmbito nacional

Cena do filme “Lula, o filho do Brasil” (Foto: Divulgação)

Ocorreu neste fim de semana a primeira exibição do filme “Lula, o filho do Brasil” na presença do inspirador da história, Luiz Inácio Lula da Silva. A produção de Fábio Barreto foi mostrada a convidados nos prédios do Vera Cruz, estúdio cinematográfico fundado em 1949 e onde foram rodadas diversas cenas importantes do cinema nacional.

Durante toda a noite, Lula manteve distância da imprensa, e avisou apenas por sua assessoria que gostou do filme e que se emocionou várias vezes durante a exibição. Alguns ministros estiveram na cerimônia, mas também não se pronunciaram.

A partir desta semana, “Lula, o filho do Brasil” terá sessões organizadas pelas centrais sindicais para seus filiados. Com lançamento previsto para janeiro, o filme terá preços promocionais para integrantes de sindicatos e DVDs a R$ 10.

Durante o evento em São Bernardo do Campo, berço político de Lula, o jogador Sócrates, idealizador da Democracia Corintiana em plena ditadura, conversou com a reportagem da Rede Brasil Atual.

Que achou do filme?
Adorei. Na verdade, o objetivo do filme é mostrar quem é o brasileiro, a história do brasileiro, seja Lula, seja qualquer migrante. Fiquei sensibilizado. O Brasil era isso. O grande barato é que, daqui para a frente, vai ser cada vez menos isso. Tem de emocionar mesmo (o filme). Talvez vocês não tenham ideia do que seja um pau-de-arara, eu já andei muito em pau-de-arara. O Brasil mudou muito e esperamos que não tenhamos mais paus-de-arara em muito pouco tempo.

Retratou a vida de boa parte da população brasileira?
Muito boa parte. Na verdade, o país era rural e hoje é urbano por causa disso. Por causa da seca, que está sendo combatida pela transposição do Rio São Francisco. É o “Brasilzão”.

Agora que a gente está chegando no fim desse governo, que balanço você faz das ações dos últimos anos?
Não precisa fazer balanço. O mundo reagiu à mudança do país. É muito melhor ouvir quem está de fora falar o que é o Brasil hoje. E temos uma chance única nos próximos seis ou sete anos de mostrar para o mundo todo quem é o brasileiro. Para o mundo descobrir o Brasil. Não serão “Cabrais”, mas vão descobrir o melhor do Brasil, que é o brasileiro.

Como você vê a criação de Lula como uma espécie de mito brasileiro?
Na verdade, ele vai ser menos valorizado aqui do que fora, até porque o brasileiro dá muito pouco valor ao que é criado por aqui. Mito é lá fora. Aqui dentro não, pelo contrário.

Você falou da importância dos próximos seis, sete anos, e 2010 é ano de eleição. Qual projeto representa aquilo que deve seguir adiante?
Eu gostaria que o Ciro Gomes fosse o substituto, mas isso depende de mil coisas, não necessariamente vai ocorrer. Quem tem a cara do Brasil pós-Lula é Ciro Gomes.

Não faltou um pouco de Corinthians no filme?
Não, Corinthians é tudo aquilo. Desde a sede, a fome, o pau-de-arara, Corinthians é tudo aquilo.

 

Entrevista com o ator Rui Ricardo Diaz

Veja trailer do filme “Lula, o filho do Brasil”