Eleito na Câmara, Maia quer votar Código Florestal até março e fatiar reforma política

Maia evita promessas de “grandes reformas” (Foto: David Ribeiro/Agência Câmara) São Paulo – Eleito na noite de terça-feira (1º) para presidir a Câmara dos Deputados durante os próximos dois anos, […]

Maia evita promessas de “grandes reformas” (Foto: David Ribeiro/Agência Câmara)

São Paulo – Eleito na noite de terça-feira (1º) para presidir a Câmara dos Deputados durante os próximos dois anos, o deputado Marco Maia (PT-RS) evitou definir um foco no primeiro ano de trabalho, mas afirma querer votar já em março as mudanças no Código Florestal. Na primeira entrevista coletiva após a votação, na manhã desta quarta-feira (2), antes da abertura dos trabalhos legislativos de 2011, comentou também outros temas, como a reforma política.

O parlamentar gaúcho aponta que a votação do projeto 1.876, de 1999, relatado por Aldo Rebelo (PCdoB-SP), faz parte do acordo que fechou com a bancada do agronegócio. Antes de Maia se apresentar à disputa, Cândido Vaccarezza (PT-SP) havia conseguido apoio dos ruralistas à sua candidatura com base na promessa de aprovar as mudanças no Código.

Motivo de preocupação para entidades que lutam pela preservação do meio ambiente, o texto de Rebelo diminui as áreas de preservação, autoriza a construção em encostas de morro e anistia todos os desmates realizados até 2008. Maia encampou o argumento dos ruralistas, que defende que a atual legislação traz “instabilidades” aos produtores rurais.

Ao mesmo tempo, Maia afirmou que será necessário aprovar as reformas tributária e política, temas bastante citados no processo eleitoral do ano passado. O deputado entende, no entanto, que não adianta tentar aprovar uma grande reforma política e que o melhor é colocar em votação, aos poucos, aquilo que for consenso na Casa. “Talvez seja necessário votar pequenas questões que possam ajudar muito a construir um novo jeito de fazer política. Precisamos ter a sabedoria de fazer as mudanças passo a passo, sem a promessa de uma grande reforma, que dificultaria os acordos.”

Comissões

Entre as primeiras intenções do novo presidente da Câmara figuram ainda a criação de comissões especiais para debater assuntos que considera importantes, como narcotráfico e criminalidade. “Precisamos de um novo arcabouço para combater as drogas e a violência que intraquiliza a sociedade”, afirmou. Além disso, Maia quer comissões para tratar do combate à pobreza e da criação de instrumentos para enfrentar situações de catástrofes, como a que atingiu o Rio de Janeiro no início deste ano.

Evitando posicionar-se a respeito da criação de um novo imposto para financiar a área de saúde, ele entende que é preciso discutir o assunto. “O Estado deve proporcionar um atendimento ágil e de qualidade a todos os brasileiros”, disse. Desde a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), em dezembro de 2007, a possibilidade é motivo de especulações no Congresso.

Aos 45 anos e em seu terceiro mandato, Maia foi eleito com o apoio de 21 dos 22 partidos que integram a Câmara – apenas o PSOL decidiu não apoiar sua candidatura. Na votação secreta, recebeu 375 dos 513 votos. Sandro Mabel (PR-GO), que lançou-se na disputa à revelia do partido, obteve o apoio de 106 colegas, seguido por Chico Alencar (PSOL-RJ), com 16 votos, e por Jair Bolsonaro (PP-RJ), com nove.

Com informações da Agência Câmara