no ABC

Trabalhadores na Karmann-Ghia estão de braços cruzados por salários atrasados

Parados desde a última sexta-feira (5), trabalhadores reclamam de atraso no pagamento do 13º e nos salários, além de corte de direitos, como o convênio médico

reprodução/TVT

Trabalhares pretendem manter a paralisação até a empresa regularizar os pagamentos atrasados

São Paulo – Desde a última sexta-feira (5), toda a produção da Karmann-Ghia, em São Bernardo do Campo, está completamente parada. Os trabalhadores permanecem de braços cruzados em protesto contra atrasos nos pagamentos de salários e benefícios.

“Estão pendentes salários,13º, algumas férias atrasadas, convênio médico, que foi cortado, e também está atrasado o salário do mês de janeiro”, conta Valter Saturnino Pereira, coordenador do Comitê Sindical da fábrica, em entrevista à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT.

“Precisamente em dezembro, com a questão do 13º, é que se acirrou um pouco mais. O sindicato não teve outra forma senão começar a atuar mais fortemente para garantir o direito dos trabalhadores”, afirma Nelsi Rodrigues da Silva, o Morcegão, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O sindicato afirma ainda que a empresa também não tem cumprido acordos para pagamento de rescisões contratuais. Entre 2014 e 2015, cerca de 230 funcionários foram demitidos, e boa parte deles ainda não percebeu nada.

Instalada há quase 60 anos no ABC, a Karmann-Ghia já produziu vários modelos de veículos esportivos. Hoje, atua como fabricante de ferramentaria e estamparia para montadoras.

O diretor do comitê de fábrica diz que a empresa conta hoje com um faturamento reduzido, de cerca de R$ 4 milhões, e uma folha de pagamento que chega a quase R$ 1,5 milhão, e responsabiliza as gestões anteriores pela situação. “A gente sabe que isso reflete a má gestão que houve no passado. Se comparar a folha com o faturamento, não se consegue entender como que esta fábrica está ainda de pé”, afirma Valter Pereira.

Ainda assim, os trabalhadores mantêm a esperança e confiam em uma retomada da empresa, juntamente com o mercado automobilístico. “Nós acreditamos que a Karmann Ghia venha junto com essa retomada e volte a ser uma potência, como foi um dia”, afirma o técnico de produção Willians de Castro.

Os trabalhadores pretendem manter a paralisação até a empresa regularizar os pagamentos atrasados.

Procurada, a direção da Karmann-Ghia não quis se manifestar sobre o atraso nos pagamentos

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