Trabalhadores dos Correios devem iniciar greve nesta quarta

Sindicatos orientam assembleias a aprovar paralisações

São Paulo – Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) podem deflagrar uma greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (14). A empresa apresentou proposta nesta terça-feira (13), mas a fórmula foi considerada insuficiente pelos sindicalistas do comando nacional de negociação.

As negociações se arrastam desde 26 de julho. Caso a paralisação seja aprovada, ela passará a vigorar a partir das 0h desta quarta.

A proposta apresentada envolve reposição da inflação de 6,87%, mais abono salarial de R$ 800 e reajuste linear de R$ 50 a partir de janeiro de 2012. A reivindicação é de reposição da inflação de 7,16% – medida pelo Índice de Custo de Vida (ICV/Dieese) – mais 24,76% de reposição das perdas acumuladas.

A recomendação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) aos 35 sindicatos filiados é de que as assembleias da noite desta terça-feira aprovem greve nacional por tempo indeterminado. A empresa possui 110 mil trabalhadores.

“O governo vem mantendo a postura de arrocho salarial, adotando uma política de contenção de gastos, mas é preciso ter em mente que nossa categoria possui um dos pisos salariais mais baixos oferecidos por uma estatal. Nossas perdas acumuladas chegam perto dos 25%”, criticou Saul Gomes da Cruz, diretor de formação política sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Estado da Bahia e integrante do Comando Nacional de Negociações e Mobilização 2011.

Segundo Gomes da Cruz, em entrevista ao site da CUT, um carteiro tem ensino médio e piso de R$ 800. Um vaqueiro da Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária e Agricultura (Embrapa) começa com remuneração de R$ 1.200. “É uma discrepância muito grande”, critica.

O piso salarial da categoria é de R$ 807 – a categoria pede R$1.635,00. Entre os 83 itens da pauta de reivindicações, há ainda aumento real linear de R$ 400, melhores condições de trabalho, reembolso creche para pais, entre outras demandas.

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