ABC paulista

Sindicato discute proposta da Volks que prevê corte de 3.600 trabalhadores

Metalúrgicos querem que montadora negocie solução que considere os interesses dos trabalhadores. Fábrica de São Bernardo tem 10.500 funcionários

Edmilson Magalhães/SMABC

‘Situação atual exige processo de reflexão coletiva capaz de dar soluções que interessem aos trabalhadores’

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou ter recebido da Volkswagen uma pauta para discutir um excedente de pessoal na fábrica de São Bernardo que, segundo a montadora, seria de 3.600 trabalhadores, sendo 2.500 na produção e 1.100 no setor administrativo. A unidade tem hoje 10.500 funcionários.

De acordo com o sindicato, a pauta inclui programa de demissões voluntárias (PDV), mecanismos como Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e lay-off (suspensão do contrato de trabalho), alterações na estrutura de remuneração, de funções, no banco de horas e na jornada de trabalho, recálculo da participação nos lucros ou resultados (PLR) já negociada e mudanças nos reajustes previstos na data-base. Pela proposta apresentada, os trabalhadores ficariam sem reajuste salarial nos anos de 2017, 2018 e 2019.

Hoje, 8.400 estão no PPE, cuja vigência vai até 30 de setembro. Há 610 em lay-off.

Até o momento, vigora acordo coletivo celebrado no ano passado, com validade até 2019. Mas o sindicato lembra que o acordo tem como base volume de produção acima de 250 mil veículos por ano – volume que não será atingido neste ano.

“Por essa razão, a fábrica entende que as bases que sustentaram as negociações em 2015 não atendem as necessidades da nova conjuntura. Mas é obvio que não vamos aceitar qualquer condição em troca da nossa determinação de proteger os empregos”, ressalta o secretário-geral do sindicato, Wagner Santana, trabalhador na Volks.

“A situação atual exige um processo de reflexão coletiva para que busquemos uma negociação capaz de dar soluções que interessem aos trabalhadores”, acrescenta Wagner. “Da empresa, esperamos que ela abra mão de cláusulas apresentadas nesse momento e que consigamos chegar a uma negociação que atenda as expectativas dos trabalhadores.”

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