Sindicalistas da Força são detidos durante assembleia de metalúrgicos em São Paulo

Presidente e secretário-geral passaram a manhã na delegacia por causa de um caminhão de som parado

São Paulo – Um desentendimento por causa de um caminhão de som parado levou à detenção, por algumas horas, dos dois principais dirigentes da Força Sindical: o presidente em exercício, Miguel Torres, e o secretário-geral, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Ambos foram detidos pela manhã durante assembleia na metalúrgica Aratell, na zona leste, também com participação de trabalhadores da Ferrolene. Era uma atividade da campanha salarial dos metalúrgicos ligados à Força – a categoria tem data-base em 1º de novembro.

A dupla passou a manhã na delegacia e foi liberada no início da tarde. Os sindicalistas foram inicialmente levados para o 18º DP (Alto da Mooca) e depois transferidos para o 31º DP (Vila Carrão). Junto com eles, foram detidos o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo David Martins, uma assessora da entidade e o motorista do caminhão. “Foi uma prepotência boba, uma perda de tempo”, comentou Juruna, que iria receber uma delegação de dirigentes sindicais chineses.

A confusão ocorreu porque alguns policiais acharam que os manifestantes estavam obstruindo a via pública. Na discussão com o motorista do caminhão e com os dirigentes, além de vaias dos trabalhadores, alguns se irritaram e decidiram levar todo o grupo para a delegacia. “Não houve tumulto”, disse Juruna. Para Miguel, também presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, faltou “sensibilidade” aos policiais. Segundo os dirigentes, a assembleia já estava terminando e o caminhão seria retirado. O sindicato da capital fez assembleias nas cinco regiões da cidade – ontem, promoveu outros quatro em Mogi das Cruzes, que também integra a base da entidade.

Com a parada forçada na delegacia, Miguel não conseguiu participar da reunião com representantes dos 54 sindicatos da categoria ligados à Força Sindical no estado, que discutiu estratégias da campanha salarial e formas de apoio à campanha dos metalúrgicos da CUT. Segundo o dirigente, na base da Força, que ainda não iniciou negociações, são 800 mil trabalhadores no estado, sendo 260 mil na base do sindicato de São Paulo.