Petroleiros fazem assembleias para aprovar acordo

Segundo a FUP, reajuste atinge 9,36%, com o maior índice de aumento real desde 2003; proposta inclui gratificação

São Paulo – Os petroleiros estão praticamente concluindo a campanha salarial, com reajuste de 9,36% sobre a RMNR (Remuneração Mínima por Nível e Regime), o que de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) representa ganho real entre 3,71% e 4,87%, além da variação do IPCA (4,49%). “Este foi o maior índice (de aumento real) desde 2003”, afirma o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes. A proposta de acordo inclui ainda uma gratificação equivalente a uma remuneraçãoo ou R$ 6.000,00, o que for maior. 

De acordo com o dirigente, até quinta-feira (23) seis dos 11 sindicatos ligados à entidade* aprovaram a proposta negociada com a Petrobras. A partir desta sexta (24), serão realizadas as assembléias na unidades do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, na bacia de Campos (RJ).

Na avaliação de Moraes, houve avanços em questões relacionadas à saúde e segurança e terceirização, mas é preciso aprofundar a discussão. “Abriu espaço (na área de saúde), mas não foi nada conclusivo.” Quanto aos terceirizados, a FUP defendia que todos os contratos da companhia com prestadores de serviços retivesse uma verba para garantir o pagamento da rescisão dos trabalhadores. A proposta da Petrobras foi excluir de suas licitações empresas que comprovadamente tenham praticado calote contra seus funcionários. “Para uma empresa com o faturamento da Petrobras, nada justifica alguém sair sem receber o FGTS”, diz o coordenador da FUP.

Hoje, segundo ele, o número de terceirizados na Petrobras chega a aproximadamente 300 mil, para um efetivo de 75 mil empregados, ante 40 mil em 2002. Ele destacou como fato positivo o aumento do total de trabalhadores da própria empresa, mas acrescentou que, dada o crescimento da Petrobras nos últimos anos e as perspectivas de expansão, o número de contratações poderia ser ainda maior.

Em junho, a Petrobras divulgou o seu Plano de Negócios 2010-2014, que prevê investimentos totais de US$ 224 bilhões.

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